Sermões Escolhidos - Plano 3Exemplo

EVANGELIZAÇÃO ATIVA

Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações... - Mateus 20.19

Há alguns dias, falamos sobre a “Ação do Homem e da Mulher Cristãos”; a conclusão foi de que nossa ação evangelizadora tem que ser produtiva, criativa e dirigida pelo Espírito Santo. E foi feito um desafio de que evangelizemos pelo menos uma pessoa neste ano... Quantas pessoas levaremos a conhecer a Cristo?

O texto proposto para leitura diz: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura!”; é uma ordem de Jesus Cristo, e essa ordem trata da essência da missão do cristão. Ir pelo mundo afora e pregar a Palavra de Salvação!

Como é nossa missão pregar a Palavra de Salvação, podemos extrair da Bíblia um modelo para a evangelização de nossa região. Esse modelo deve ter algumas características:

DEVE LEVAR EM CONTA A ENCARNAÇÃO DE DEUS

Evangelizar é falar das boas novas da salvação, ou seja, é falar que Deus veio buscar o homem e para isso achegou-se a nós, fazendo-se homem verdadeiro – 100% Homem e 100% Deus. O primeiro capítulo do Evangelho de João diz que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus ... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”.

Essa ação do Pai mostra o próprio Deus vindo ao nosso encontro, por isso devemos falar de um Deus que se identifica conosco, fazendo-se homem palpável e integral. No Antigo Testamento já se profetizava: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” (Isaías 57.15).

Assim como Deus identificou-se conosco, o cristão também precisa identificar-se com o povo não crente em Jesus Cristo – temos que nos identificar com o povo de nosso bairro, de nossa cidade e de nosso trabalho. É misturando-nos ao povo que podemos evangelizar aqueles que ainda não creem.

Milton Nascimento, em uma de suas músicas, diz que o poeta tem que ir onde o povo está; usando essa ideia, podemos afirmar que o evangelista precisar ir também onde o povo está, pois só assim poderá atingir almas! Temos que pregar a encarnação de Deus e para isso precisamos nos comunicar com todos.

DEVE LEVAR EM CONTA A CRUCIFICAÇÃO

Não é possível evangelizar sem falar da cruz de Cristo. Devemos proclamar que a salvação é pela graça, mas não é de graça – ela custou o sangue precioso de Jesus Cristo, o Filho de Deus. O filme de Mel Gibson nos dá uma ideia do sofrimento de nosso Senhor na cruz do Calvário, e a evangelização tem que falar de que o preço pago foi muito alto.

Assim, para se falar de Cristo, crendo, cada evangelista precisa também sofrer conforme o texto de Paulo: “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, pois tendes o mesmo combate que vistes em mim” (Filipenses 1.29). Paulo diz ainda: Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte ...” (Filipenses 3.8-10)

O sofrimento por que passa o evangelista valoriza ainda mais a sua palavra e precisamos entender essa missão do sofrimento.

DEVE LEVAR EM CONTA A RESSURREIÇÃO

A mensagem do Evangelho precisa contar às pessoas, que Jesus morreu pelos nossos pecados, mas que no terceiro dia ressuscitou, e assim, nós servimos a um Deus e Senhor que está vivo e agindo pelo seu poderoso Espírito. O túmulo de líderes religiosos pode ser encontrado mas Cristo vive; o lugar onde foi enterrado está vazio! A ressurreição diferencia a fé cristã de todas as outras. Jesus está sentado à direita de Deus Pai; esta é uma distinção do cristianismo e também da boa notícia da salvação. Os apóstolos pregavam Jesus e sua ressurreição – Paulo diz: ”Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (I Coríntios 15.19): esse é modelo de pregação da salvação!

Após a ressurreição de Cristo, os apóstolos tiveram dúvidas do fato (Marcos 16.14); Tomé declarou isso sem medo e recebeu de Jesus a seguinte resposta: “Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” Esse que creem sem ter visto, somos nós, aqui e agora! Nós cremos que a morte não é o fim da existência, e devemos anunciar Jesus Cristo, aquele que nos promete vida eterna, porque como diz um conhecido hino; “Porque Ele vive, posso crer no amanhã. Porque Ele vive, temor hão há. Pois eu bem sei que o meu futuro, está nas mãos do meu Senhor que vivo está!”

DEVE LEVAR EM CONTA A ASCENSÃO

A ascensão de Jesus, descrita em Lucas e Atos, revela que Jesus tem todo o poder e toda a autoridade sobre o universo. Assim podemos anunciar sem medo que Ele é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. Jesus tem o domínio de tudo e por isso, de nossas vidas e da vida de todo homem.

Ele que foi humilhado e morto, Deus o exaltou, como diz Paulo à igreja de Filipos: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2.5-11

CONCLUSÃO

Jesus tem poder e pode restaurar vidas e famílias; pode restaurar corações quebrados e sarar os machucados. Que Deus nos capacite e nos dê a graça de falar desse Cristo maravilhoso, Senhor nosso e Senhor do mundo todo! Amém?

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

1 – Em que sentido a encarnação de Cristo é modelo para a proclamação do Evangelho (João 1.14)?

2 – A tarefa missiológica da Igreja exclui o sofrimento! Você concorda com esta afirmação? Comente Filipenses 1.29; 3.10.

3 – Em que aspectos a ressurreição e a ascensão de Jesus colaboraram com a tarefa evangelizadora da Igreja?

Sermão pregado pelo Rev. Ailton Gonçalves Dias Filho em 06/03/2005.