De Pai Para Filhos - PAI NOSSO - 02Exemplo
...E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS,
Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito. - Salmos 34:18
Alguns pontos se destacam fortemente na formulação deste pedido, e exigem a nossa atenção. Quando reconhecemos estes pontos, este pedido torna-se um grito profundo de um coração humilde e contrito. Se oramos "perdoa-nos as nossas dívidas", então estamos admitindo aberta e sinceramente que somos culpados por fazer o mal e precisamos perdão. Porém isso realmente não acontece com muitas pessoas; milhares que recitam essa oração, não se julgam realmente devedores, pecadores, transgressores ou ofensores. Eles não se consideram culpados diante de Deus; pelo contrário, sentem-se inocentes, e não precisam ser perdoados por nada!
Será que quando eu me aproximo do Pai Celestial, sinto-me em débito para com Ele? Tenho consciência de que pequei contra o seu amor? Nós sabemos que como cristãos somos novas criaturas, pois nascemos de novo, mas isso não nos impede de nos achegarmos ao Pai, agudamente sensíveis ao pecado e ao egoísmo presentes em nossas vidas! O reconhecimento de que somos devedores produz no coração humano uma humildade verdadeira, uma dependência que abre os nossos corações e o nosso ser para a presença de Deus conforme o Salmo 34:18, lembrando que “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4:6).
Quando ficamos a sós, calma e sinceramente contemplando o preço que Deus pagou pelo nosso perdão, só possível pela cruz de Cristo, é então que nosso imenso débito de amor por Ele invade e transborda nosso ser. A cruz permanece sendo o centro do plano de Deus Pai para o perdão de todos os homens em todos os tempos. Alguém, em algum lugar, deveria sempre pagar a punição pela sua própria conduta, mas o próprio Deus arcou com o sacrifício e assumiu a culpa para pagar o preço. Qualquer pessoa que faça uma pausa, em séria contemplação do Calvário, será envolvida pelo enorme amor de Deus. Não é de se admirar que Jesus tenha incluído nesta oração o "perdoa-nos as nossas dívidas", pois por nossos esforços elas são impagáveis.
Vivemos em um mundo onde as pessoas, muitas vezes, sentem um vazio de algo básico que lhes falta na vida; um sentimento de que, de alguma forma, estão fora do contato com a eternidade. Um estranho vazio que nenhum empreendimento humano pode satisfazer domina as suas almas. Algo está faltando! O quê? Quando Cristo incluiu esta petição na “Oração do Pai Nosso”, foi para alimentar a enorme necessidade do coração humano. Quando percebemos que o pecado ou qualquer falta, permanece entre Deus e nós, ou entre nós e outras pessoas, sentimo-nos alienados e distanciados de tudo e de todos. Mas a clara consciência de que o perdão nos foi realmente dado, é que nos leva ao Pai e nos leva aos outros, fazendo-nos sentir totalmente realizados.
Cristo vem a nós e com calma nos convida a que simplesmente admitamos os nossos erros e a necessidade de perdão. Ele exige de nós nada mais que a repressão do nosso orgulho e a simples busca de reconciliação com Deus, nosso Pai, que nos ama e está ansioso para nos conceder o perdão quando O buscarmos.
"E perdoa-nos as nossas dívidas" podem ser as palavras mais importantes que já pronunciamos, desde que sinceras em seu significado, e só então cairão de nossas costas o peso da culpa. O coração há de sentir-se aquecido, e o amor, a aceitação, a afeição nos envolverão completamente.
"Você está perdoado. Você me pertence. Você está no seu lar!" Esta foi a recepção que o pai deu ao filho pródigo, quando este voltou para casa pedindo perdão. Esse filho talvez nunca compreendera que durante todo o tempo de sua ausência do lar, já havia sido perdoado. Também não sabia que apesar de sua conduta má, o amor e o cuidado de seu pai por ele nunca diminuíram. Talvez não imaginasse a saudade no coração paterno, mesmo quando manchara o nome da família. O perdão dado ao filho não foi por uma mudança de conduta deste nem foi uma resolução repentina. Foi livremente concedido porque ele, o filho, tinha vindo desejoso e de boa vontade, admitindo seu pecado e aceitando o perdão. O caráter de Deus é este, de conceder perdão aos que o buscam desejando a sua misericórdia perdoadora.
Americana, 25 de Fevereiro de 1997
As Escrituras
Sobre este Plano
Um resumo do livro 'Meditações de um leigo sobre o Pai Nosso' de w. Phillip Keller... Estou agora postando a segunda parte desse estudo que fiz para meus filhos quando adolescentes.
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