O Milagre Do Natal: Histórias Que Transformam VidasExemplo

Pegue um lápis e posicione-o em pé sobre uma mesa. Agora, olhe para ele de cima para baixo. O que você vê? Um ponto. Deite o mesmo lápis na horizontal sobre a mesa e olhe novamente. O que você vê agora? Uma linha reta, não é? Tudo se resume à perspectiva — uma mudança de posição pode transformar completamente o que enxergamos.

Um homem surgiu no deserto, vestido com uma roupa feita de pelo de camelo. Sua dieta era à base de gafanhotos e mel silvestre. Sua missão? Chamar Israel ao arrependimento e anunciar a chegada do Messias. Muitos vinham até ele para ouvi-lo pregar, e serem batizados para o arrependimento dos pecados. O nome dele era João Batista.

Após batizar Jesus, João Batista foi preso (Lucas 3.19,20). E, não muito tempo depois, decapitado. Que fim triste!

Quer saber o que Jesus tinha a dizer sobre ele? “Entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior que João Batista” (Mateus 11.11). Que elogio! Agora, repare que a fala de Jesus está alinhada com as palavras do anjo Gabriel a Zacarias, pai de João Batista: “pois para o Senhor Deus ele será um grande homem” (Lucas 1.15). Portanto, as palavras de Jesus simplesmente refletem a visão de Deus sobre João Batista.

A Bíblia deixa claro que existem duas maneiras de olhar para a vida. Está escrito: “E este mundo passa, e com ele tudo que as pessoas tanto desejam. Mas quem faz o que agrada a Deus vive para sempre” (1 João 2.17). Em outras palavras, há uma perspectiva do mundo, cheia de desejos momentâneos, como uma neblina que logo se dissipa, e há uma perspectiva de Deus, fundamentada em valores eternos, como uma rocha que resiste ao tempo.

Caso queira vivenciar as promessas de Deus, você precisará aprender a ver as coisas sob a perspectiva dele. E isso, na maioria das vezes, implica perceber seu entorno de uma maneira completamente distinta dos demais. Olhe para a história do Natal para entender o que estou dizendo.

Uma jovem adolescente, virgem e prometida em casamento, recebeu a visita de um anjo, que lhe deu uma notícia que mudaria a história da humanidade: ela ficaria grávida. No seu útero estava sendo gerado o Filho do Altíssimo. Poucos dias depois, Maria vai à casa de sua prima Isabel – que era estéril, de idade avançada, mas que agora estava com seis meses de gravidez – e ouve as seguintes palavras: “Mas por que sou tão agraciada, ao ponto de me visitar a mãe do meu Senhor” (Lucas 1.43). Veja só, Jesus ainda era um embrião no ventre de Maria, mas, Isabel, cheia do Espírito Santo, o chamou de “meu Senhor”. O milagre em sua essência já trazia a majestade.

E não para por aí…

Sabe onde os reis magos encontraram o rei dos judeus que eles procuravam? Numa casa comum, no colo de uma jovem comum. E os pastores, onde o encontraram? Em uma manjedoura. E os anjos que cantavam: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens os quais ele concede o seu favor” (Lucas 2.14)? Jesus ainda não havia morrido e nem ressuscitado, mas os céus e a terra já celebravam a sua vida.

Nada do que foi descrito acima segue a lógica humana. E, talvez esse seja o propósito: os caminhos de Deus são mais altos que os nossos e ultrapassam nosso entendimento limitado. Pense nisso: faz sentido para você que Jesus, o único sem pecado, tenha escolhido morrer por mim e por você, pecadores? É como tentar compreender o oceano observando uma gota d'água — sua graça é imensurável, e seus planos muitas vezes vão além do que conseguimos entender.

A graça de Deus desafia a lógica humana; ela não pode ser compreendida, apenas recebida pela fé. Por isso, se quisermos experimentar as promessas de Deus em nossa vida, precisamos aprender a enxergar pela perspectiva dele. Em outras palavras, precisamos andar pela fé!