O Cheiro do PecadoExemplo

O Cheiro da Lembrança

Ao longo de sua jornada no deserto, Deus usou o maná para ensinar os israelitas a confiar e depender dEle. Mas o maná, quando apodrecia por causa da desobediência, carregava um simbolismo ainda mais profundo: era um cheiro que evocava memórias do Egito e da escravidão. O cheiro fétido (ba’ash - בָּאַשׁ) não era apenas um lembrete de algo que apodrece, mas um eco das experiências passadas e das consequências da falta de confiança em Deus.

Em Êxodo 5:21, os israelitas reclamam com Moisés, dizendo que ele os fez “cheirar mal” (ba’ash) diante de Faraó. Esse uso da palavra no hebraico está associado à vergonha e à humilhação, algo que eles experimentaram sob a opressão do Egito. O cheiro fétido do maná guardado contra a vontade de Deus trazia essas memórias à tona, lembrando ao povo que, mesmo em tempos difíceis no deserto, era melhor seguir a Deus do que retornar ao cativeiro.

A palavra ba’ash serve como um alarme espiritual, um sinal de que algo está fora de ordem quando escolhemos desobedecer. Assim, Deus estava mostrando ao Seu povo que a desobediência e a falta de confiança não apenas resultavam em um problema imediato (o maná apodrecido), mas também traziam de volta o fedor da escravidão do passado.

Para nós, o chamado é para reconhecer que, muitas vezes, guardamos “restos” de nossa antiga vida e mentalidade, que nos impedem de experimentar a liberdade que Deus oferece. Quando tentamos nos segurar ao passado ou controlar nossa própria provisão, o cheiro fétido da auto-suficiência e da falta de fé nos segue. Assim como o maná fétido lembrava os israelitas de que o Egito não era um lugar de verdadeira provisão, Deus nos convida a abandonar esses restos e confiar Nele de maneira plena.