Perdoar: por que devo e como posso?Exemplo

Voltando-se para Deus

O que é o verdadeiro arrependimento que nos conecta a Deus? Há dois elementos principais e eles aparecem em um versículo notável, porém despercebido, no livro de Provérbios.

Em Provérbios 28.13 lemos: “Quem encobre suas transgressões jamais prosperará, mas quem as confessa e as abandona alcançará misericórdia”. Primeiro, vem a nossa “confissão”, palavra contrastada de maneira conveniente nesse provérbio com encobrir. Confessar é admitir tudo e claramente o que você fez de errado, sem restrições ou desculpas, e sem minimizar ou relativizar o comportamento. Confessar é assumir toda a responsabilidade. A palavra hebraica ydh, traduzida nesse versículo como “confessa”, sempre traz a ideia de louvor e gratidão a Deus. Portanto, confessar o pecado não é apenas dizer a verdade, nem dizer de forma abstrata: “Eu mereço ser punido de alguma maneira”. Ao contrário, é admitir que você não estava amando e honrando a Deus, mas, nesse momento, você começa a glorificá-lo admitindo que prejudicou a Deus e aos outros.

No entanto, Provérbios 28.13 segue adiante e diz que não é suficiente confessar ou admitir o pecado; você também tem de abandoná-lo. Abandonar é renunciar completamente o comportamento pecaminoso, tanto em seu coração quanto em atitudes práticas. Quando João Batista levou as pessoas ao arrependimento, elas perguntaram: “Então, o que devemos fazer?” Ele respondeu: “Deem frutos que mostrem o arrependimento” (Lc 3.8, NVI), e com isso ele queria dizer atitudes práticas que reverteriam o seu comportamento errado.

Portanto, o arrependimento significa não apenas confissão de comportamento errado, mas também um coração que acha o pecado repugnante e, assim, tem planos para mudar. Passos concretos são oferecidos: “Daqui para frente jamais irei para tal lugar” ou “Daqui para frente nunca farei tal coisa”. Pontes são queimadas; sistemas de responsabilidade são estabelecidos.

É claro que muitos planos desse tipo falham, ou falham parcialmente. O crescimento cristão é um processo. No entanto, sem renúncia sincera e sem planos concretos para mudar, o verdadeiro arrependimento não está em ação. O falso arrependimento é puro sentimento. O verdadeiro arrependimento se compromete a mudar o comportamento.