Mulheres Movendo-se Pelo Propósito - RuteExemplo

“E morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com os seus dois filhos, os quais tomaram para si mulheres moabitas; e era o nome de uma Orfa, e o da outra Rute; e ficaram ali quase dez anos.” - Rute 1:3,4

Para contar sobre a história de Rute precisamos voltar um pouco mais no passado, pois ela viveu na mesma época em que os juízes julgavam sobre Israel. O livro de Rute não especifica quem era o juiz naquela época, porém, o fato de haver fome em Belém nos faz lembrar da época quando Deus levanta Gideão para liderar a ofensiva contra os midianitas que oprimia fortemente o povo de Deus, ao ponto de saquearem e destruírem tudo o que eles plantavam. Quando o anjo veio trazer a mensagem a Gideão, não era justamente quando ele malhava o trigo no lagar? Gideão estava trabalhando trigo escondido, no lugar que fora projetado para pisar uvas e tirar seu suco; isto porque os midianitas não davam trégua e, como gafanhotos, levavam tudo o que o povo de Israel plantava.

A fome que levou os sogros de Rute, seu esposo e cunhado a irem procurar melhores condições de vida, pode ter sido no tempo de Gideão; não temos certeza quanto a isso, mas a certeza que temos é que, tudo isto estava dentro do propósito de Deus para aquela família e, ao conhecer melhor a história de Rute, veremos que houve uma movimentação do Céu para fazê-las prosperar.

Os versículos destacados contam o panorama: Elimeleque, esposo de Noemi, morre e a deixa com seus dois filhos, em Moabe, terra que lhes serviu de abrigo para fugir da fome que havia em Belém. Ambos tomam para si esposas daquele lugar, isto é, moabitas; então, agora Noemi não tem somente dois filhos, mas ganha duas noras-filhas. Só que o pior aconteceu, pois seus dois filhos também morrem após passarem quase dez anos em Moabe (v. 5). Agora, as três mulheres ficaram viúvas e, Noemi ouve dizer que, havia pão na sua terra, então, ela resolve voltar para Judá, para seu povo. Ela inicia a jornada de volta, saindo dos campos de Moabe, quando decide liberar suas noras de acompanhá-la, visto que, elas se encontravam em sua terra natal e que, Noemi não teria outros filhos para tomarem como esposos (v. 6-8). Orfa, viúva de Quiliom, ouviu sua sogra Noemi e com muito choro se despediu dela, voltando para casa de seus pais. Porém, Rute, viúva de Malom, se apegou ainda mais à sua sogra e lhe diz: “Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus; Onde quer que morreres morrerei eu, e ali serei sepultada. Faça-me assim o Senhor, e outro tanto, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti” (Rute 1:16,17). Essas são palavras de uma mulher transformada por Deus. Os moabitas eram um povo pagão, que adorava deuses inventados por homens; porém, Rute, ao se casar com o filho de Noemi, passou a acreditar no Único Deus Verdadeiro e isto transformou sua vida. Ela sabia que não fazia sentido voltar a viver com seus parentes, que já não eram mais seu povo, porque agora ela cria e servia o Deus de Israel; havia sido tocada e transformada por Ele. Agora sua identidade era outra.

O início da história de Rute nos faz refletir sobre as mudanças que ocorrem quando temos um encontro verdadeiro com o Senhor; nós abandonamos nossas crenças vãs e passamos a confiar inteiramente Nele. Tanto Noemi quanto Rute sabiam que suas vidas não seriam fáceis ao retornarem a Belém, pois a mulher viúva, naquela época, tinha uma vida muito difícil. Além da viuvez, o que as unia eram os laços do Senhor, pois compartilhavam da mesma fé em Deus e Ele pode nos incluir em Seus planos e nos fazer viver coisas inimagináveis, quando nós decidimos confiar e nos mover em direção ao propósito, como foi com Rute, e iremos acompanhar nos próximos dias.