No Princípio: Um Estudo em Gênesis 27-36Exemplo

Por Que Não Devemos Dormir ou Casar Com Mais de Uma Pessoa?

Neste ponto da história, Jacó já é um homem idoso (talvez com uns 80 anos) com duas esposas que são irmãs. Lia é odiada por seu marido, que se casou com ela por engano e Raquel é amada por seu marido. A promessa de muitos filhos ainda não aconteceu, até este capítulo, onde vemos pelo menos sete anos de drama familiar e o nascimento de filhos, e uma filha, de quatro mulheres que geralmente estão grávidas ao mesmo tempo.

Esta cena de Gênesis mostra a bênção de Deus para com Jacó através de filhos, apesar do seu pecado contra sua família. Porque Jacó amava sua esposa Raquel mas não amava sua outra esposa, Lia (literalmente a odiava, de acordo com o hebraico) Deus escolheu fechar o ventre de Raquel e abrir o ventre de Lia. Nisto vemos a esposa amada sem filhos e estéril, como Sara e Rebeca anteriormente na linhagem da família da aliança.

Em palavras muito trágicas, Lia expõe o desejo do seu coração de, tendo um filho de Jacó, conquistar seu amor. Deus então deu a Lia mais três filhos: Simão, Levi e Judá. Raquel, irmã de Lia, reagiu aos nascimentos com inveja e raiva, assim como Esaú havia reagido à bênção que foi dada a Jacó. Raquel exigiu que seu marido lhe desse filhos, para que ela não morresse, e essas palavras se provariam proféticas e trágicas posteriormente, em Gênesis 35:16-19. Em uma demonstração de fé crescente, Jacó afirmou que o ventre de Raquel era controlado unicamente por Deus.

Ao invés de confiar em Deus, como Isaque fez ao esperar 20 anos pelo nascimento do filho, ou se voltar para Deus em oração, o casal repetiu o pecado de Sara, que fez Abraão dormir com sua serva Agar. Assim como Eva, Sara e Rebeca antes dela, Raquel tentou resolver tudo sozinha ao invés de confiar em Deus e Jacó se juntou a ela no pecado. Por fim, Jacó teve Dã e Naftali com a serva de Raquel. Raquel parece estar longe de Deus em tudo isso, já que fez seu marido dormir com outra mulher. Ela também entende que os filhos dessa mulher são uma ajuda de Deus para que ela derrote sua irmã, de quem tinha muita inveja.

Para não ficar por baixo, Lia também faz com que Jacó durma com sua serva. Lia chamou o filho de Gade, que significa “sorte”, pois não conseguiu nem reconhecer que a vida humana vem da mão de Deus. Jacó continuou dormindo com a serva de Lia e teve outro filho, a quem Lia chamou Aser (que significa “feliz”) porque foi a felicidade dela.

A novela fica ainda mais estranha quando o filho mais velho de Jacó, Rúben, encontra algumas mandrágoras e dá para Lia, sua mãe. Raquel troca uma noite com Jacó pelas mandrágoras de Lia, que podem ser afrodisíacos da época. Com prazer, Jacó dormiu com Lia naquela noite e eles tiveram mais um filho, Issacar. Com um raciocínio bizarro, Lia atribui o nascimento do filho a uma bênção de Deus por ela ter dado sua serva ao seu marido. Isso é basicamente dizer que Deus estava tão contente com o adultério e bigamia que estava abençoando Lia por isso. Lia ainda teve mais um filho e, mais tarde, uma filha.

Aparentemente, em algum ponto de todo esse drama, Raquel orou a Deus, que respondeu a oração e lhe deu um filho chamado José. Ele era o mais novo dos 12 até que Raquel deu à luz Benjamim em Gênesis 35:18. Os outros 10 filhos e uma filha foram concebidos com a esposa que não era amada, Lia, e as servas de Raquel e Lia. As filhas de Labão parecem ter puxado a trapaça do pai.

Apesar de tudo, Deus preservou Sua aliança com os filhos de Jacó, que se tornaram as 12 tribos de Israel. Através dessas tribos Jesus viria ao mundo para lidar com o problema do pecado que era tão evidente na família de Jacó. O tema desta parte, assim como do resto de Gênesis e da Bíblia, é que Deus é o herói que resgata pecadores autodestrutivos de si mesmos somente por Sua graça e misericórdia.

Reflexão:

Como essa história demonstra o mal que vem da poligamia e do adultério?