O Outro nome de Aslam: Explorando as Lições Bíblicas nas Crônicas de NárniaExemplo
6. A Cadeira de Prata
Eustáquio, juntamente com sua amiga Jill, são convocados por Aslam para encontrar Rilian, filho de Caspian, o legítimo herdeiro ao trono de Nárnia, que se encontra aprisionado. Nesta aventura, as crianças são guiadas pelos sinais dados previamente por Aslam e encontram com pessoas estranhas, tais como um ser pantanoso e uma família de gigantes, passando por caminhos tortuosos, numa espécie de “viagem ao centro da Terra”. Auxiliados pelos sinais de Aslam e a amizade do ser pantanoso de nome estranho, as crianças ajudam Rilian a escapar do encanto da Rainha do Submundo.
C. S. Lewis descreveu A Cadeira de Prata como uma história sobre a guerra contínua com os poderes das trevas. Um dos pontos de destaque na crônica é quando a feiticeira encantou a todos, tentando convencê-los de que nada do que estavam acreditando realmente existia: “Acho que o leão de vocês vale tanto quanto o sol. Viram lâmpadas e acabaram imaginando uma lâmpada maior e melhor, a que deram o nome de sol. Viram gatos, e agora querem um gato maior e melhor, chamado leão. É puro faz-de-conta, mas, francamente, já estão meio crescidos demais para isso. Já repararam que esse faz-de-conta é copiado do mundo real, do meu mundo, que é o único mundo? Já estão grandes demais para isso, jovens. Quanto ao meu príncipe, um homem feito, que vergonha! Brincando depois de grande! Venham. Esqueçam essas fantasias infantis. Tenho trabalho para vocês no mundo real. Não há Nárnia, não há Mundo de Cima, não há céu, nem Sol, nem Aslam”.
Ela era muito astuta, dando argumentos contra a lua, mas principalmente contra o sol. Ela diz que ele não passa de um endeusamento da lamparina que iluminava a caverna. Depois, põe em descrédito a existência de Nárnia e de Aslam. Por causa dos seus feitiços, as crianças começaram a aceitar o que ela dizia. Mas o brejeiro era muito decidido e tomou a decisão de colocar o pé no fogo, onde a dor o ajudou a recobrar a razão, quebrar o feitiço e contra-argumentar com a feiticeira. Ainda que seja desagradável, a dor pode ter o propósito de nos acordar para a realidade. Lewis disse uma vez que “a dor é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido”. Diante disso, precisamos reconhecer que muitas vezes o amor de Deus se manifestará pela dor. Talvez a dor seja necessária para nos despertar e nos levar de volta para Deus. Quem sabe as dores que sentimos, os sofrimentos e momentos difíceis que passamos não estão na verdade nos fortalecendo, despertando, nos ajudando a recobrar a razão para argumentar a favor de nossa fé, assim como fez o brejeiro: “Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nárnia não exista.”
Ele demonstrou porque acreditava em Nárnia, no Céu e em Aslam, chegando a dizer que, mesmo que se não existissem, preferiria acreditar nisso; que esse é o mundo que ele sempre quis. E, se porventura, aquilo fosse uma ilusão, tinha a convicção de que algumas crianças teriam “criado” uma ilusão melhor do que a realidade. Por que ele afirmou isso? Porque este mundo não é suficiente para nós. Ele é muito pouco. Esta realidade que vivemos não basta. Por essa razão, no livro Cristianismo puro e simples, Lewis declara: “ao descobrir em mim um desejo que nenhuma experiência desse mundo poderia satisfazer, a explicação mais provável é que eu tenha sido feito para outro mundo”. A verdade é que precisamos de algo que nos leve à eternidade para qual fomos criados.
Assim como a feiticeira argumentou que Nárnia e Aslam eram histórias fictícias, quantas vezes, como cristãos, enfrentamos esse mesmo questionamento? Acredito que podemos usar uma resposta semelhante à do Brejeiro: se o Céu for realmente uma ilusão, uma mentira, o que perderei ao tentar viver uma vida que agrada a Deus? O que perderei por querer ir para lá? Agora, pense comigo: e se for verdade? E se o Céu for real e você optar por não querer estar lá, será que não estará “perdendo”? Entenda, o Céu não será um lugar onde passaremos toda uma eternidade tocando harpas, voando com nuvens para lá e para cá (embora eu não me importasse em voar entre essas nuvens...). O Céu será um lugar maravilhoso, pois nele não haverá mais morte, dor ou sofrimento. Nele, reencontraremos entes queridos que já partiram, poderemos aprender tudo o que sempre desejamos, teremos uma vida sem nos preocupar em ganhar dinheiro para comprar coisas que não precisamos, para mostrar para amigos que não temos, para tentar impressionar aqueles que não gostamos. Entendo que o aspecto mais importante de irmos para o Céu não é simplesmente o que teremos, mas com quem nos encontraremos: com Deus, o Criador de todas as coisas, com o Espírito Santo que nos guiou em nossa jornada nessa Terra e com Jesus Cristo, Aquele que morreu em nosso lugar, tornando-se nosso Salvador pessoal. Na verdade, nosso desejo de ir para o Céu não deveria ser movido pelo anseio de ganhar algo, mas sim pelo anseio de estar com Alguém!
Sobre este Plano
As Crônicas de Nárnia, a renomada série de C. S. Lewis, é um marco na literatura cristã contemporânea, repleta de simbologias bíblicas profundas. Este plano de estudos desvenda, ao menos, uma simbologia em cada crônica, aprofundando nossa compreensão sobre o verdadeiro Leão da Tribo de Judá. Tanto para fiéis quanto para não cristãos, Nárnia proporciona uma oportunidade única de edificação pessoal e evangelismo.
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Gostaríamos de agradecer ao Vinícius A. Miranda por fornecer este plano. Para mais informações, visite: https://www.instagram.com/pastor.vinicius/