Psicologia bíblica — Soluções de Cristo para problemas do dia a diaExemplo
O homem: sua criação, chamado e comunhão
1. Condições prévias à criação do homem
No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. (GÊNESIS 1:1-2)
Entre os versículos 1 e 2 do primeiro capítulo de Gênesis, há um grande hiato. O versículo 1 se refere a uma ordem anterior de coisas à reconstrução referida no versículo 2.
a) Criações celestiais
Queremos dizer com “criações celestiais” as criações que ocorreram antes dos seres humanos e do sistema de coisas conforme os entendemos. Essas criações celestiais pertencem a um período anterior à humanidade. Assim, as criações primeiramente citadas não são pessoas, e sim algo diferente. Jó 38:4-7 se refere a uma
época em que “rejubilavam todos os filhos de Deus” (v.7).
Quem eram esses “filhos de Deus”? Eles não eram seres humanos; eram inquestionavelmente anjos e arcanjos, e a dedução indireta é que Deus havia colocado aquele mundo anterior sob o comando de certo arcanjo: Lúcifer.
b) Catástrofe celestial
A Bíblia também alude a uma catástrofe antes da criação do homem, o que torna os primeiros dois versículos de Gênesis 1 compreensíveis. Deus deu a Lúcifer o governo deste universo, que se opôs à autoridade e ao governo divino. Ao cair, ele arrastou tudo consigo e, consequentemente, trouxe a esta Terra um tremendo
julgamento que resultou em caos: “A terra, porém, estava sem forma e vazia” (v.2).
Essa catástrofe é mencionada em passagens como estas: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva!” (ISAÍAS 14:12); e “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (LUCAS 10:18). Quando foi que o nosso Senhor viu isso? Certamente, é legítimo sugerir que isso se refira ao período anterior ao da encarnação do nosso Senhor, quando Ele estava com Deus, no início, antes de todas as coisas. (Esse versículo, em particular, é frequentemente considerado como indicativo ao tempo porvir, e que o nosso Senhor eliminou o tempo por Sua presciência.)
Esses versículos são como picos de montanhas mostrando todo um planalto da revelação de Deus acerca da ordem das coisas antes da criação da humanidade. A natureza dessa interpretação é de especulação legítima e parece ser responsável por grande número de indicações existentes na Bíblia. Cuidado, porém, para não dar muita importância a essas indicações, pois embora, como foi sugerido, o caos possa ter sido resultado de julgamento, uma leitura cuidadosa de Gênesis 1:1-2 não necessariamente indica isso.
c) Condenação celestial
Então, vem a condenação dos anjos, a condenação celestial, a condenação de Lúcifer e todos os seus anjos. Absolutamente nada a ver com a humanidade: “e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia” (JUDAS 1:6).
Ao usar a frase “desde o princípio” (JOÃO 8:44), Jesus Cristo não se refere ao princípio da humanidade, e sim ao início da criação, muito antes de o homem ser criado. O inferno é o lugar de condenação dos anjos. Nada tem a ver, primariamente, com pessoas. O Livro de Deus jamais diz que o inferno foi feito para as pessoas, embora seja verdade que é o único lugar para a pessoa que rejeita a salvação divina. O inferno foi o resultado de uma condenação distinta, proferida por Deus a seres celestiais, e é tão eterna quanto os tais anarquistas celestiais.
Esses três surpreendentes episódios indicam as condições anteriores à criação do homem, ou seja: que os arcanjos e os anjos governavam um mundo maravilhoso criado por Deus no início, ao qual o Espírito de Deus faz alusão nesta sentença: “quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos
os filhos de Deus” (JÓ 38:7). Lúcifer caiu e, com ele, todos os seus anjos, para uma tremenda ruína. “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (GÊNESIS 1:2).
Sem alguma explicação desse tipo, o versículo 2 é ininteligível. Dizer que “no princípio, Deus criou os céus e a terra” e, depois, dizer que “a terra, porém, estava sem forma e vazia” é uma confusão. A dedução é de que, entre as épocas mencionadas nesses versículos, ocorreu uma catástrofe sobre a qual a Bíblia não fala muito. O propósito evidente da Palavra de Deus é revelar qual é o desígnio divino para a humanidade. Delineando aproximadamente esse intento, poderíamos dizer que Deus criou o homem para neutralizar o diabo.
Essas seções se referem ao estranho e desconhecido panorama da vida que temos atualmente. Não se deve dar muita importância a essas coisas; por outro lado, elas não devem ser ignoradas. É necessário observá-las pela Psicologia bíblica por terem um papel distinto a desempenhar na existência atual da humanidade.
As Escrituras
Sobre este Plano
Este plano de leitura de Oswald Chambers apresenta trechos do livro que traz uma abordagem ampla sobre a constituição humana — corpo, alma e espírito — fundamentada na verdade das Escrituras. O livro oferece uma visão aprofundada da teologia da alma e explora o que significa estar num relacionamento com o Deus que nos criou.
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