Paulo — Uma visão de liderança dinâmicaExemplo
Cursos de aperfeiçoamento
Todos nós precisamos ir para a Arábia para aprender lições assim. O próprio Senhor foi levado ao deserto. E de uma forma ou outra, cada pessoa que realizou um grande feito no mundo passou por períodos semelhantes de obscuridade, sofrimento, desilusão e solidão. —F. B. Meyer
Apesar do apóstolo Paulo ter recebido um treinamento religioso e acadêmico de primeira linha, para tirar o máximo proveito e atingir o propósito eterno de Deus aos gentios, ele precisava submeter-se a um curso de aperfeiçoamento. Seu espírito impetuoso tinha que ser moderado, sem, no entanto, suprimir seu zelo peculiar.
Para obtê-lo, um período de afastamento, de solidão era necessário, pois a solidão é um elemento importante no processo de maturidade. A liderança espiritual não se desenvolve melhor com a publicidade excessiva. Além disso, como Deus quer qualidade em Seus instrumentos escolhidos, o tempo não é crucial para Ele. Nós sempre estamos com pressa, mas Ele não.
Diferentemente de muitas pessoas hoje, Paulo não se “atirou” imediatamente em seu novo trabalho, mas sabiamente procurou a solidão. Ele preferiu estar a sós para meditar e para correlacionar o presente ao passado. “…não consultei ser humano algum. Tampouco subi a Jerusalém para pedir o conselho daqueles que eram apóstolos antes de mim. Em vez disso, fui à Arábia e depois voltei à cidade de Damasco” (Gálatas 1:16-17). Estranhamente, Lucas não registra no livro de Atos a permanência de Paulo na Arábia.
Hoje há uma tendência descabida em estimular os novos convertidos a destacarem-se antes mesmo de realmente terem firmado seus pés. Paulo evitou essa cilada. Provavelmente quase 12 anos de treinamento silencioso e empenho evangelístico decorreram antes de lançar-se em sua brilhante carreira missionária.
Não sabemos a localização exata de seus anos de retiro. Alguns pensam que ele foi ao Sinai, uma conjectura razoável. Mas, segundo o parecer do Sr. William Ramsay, ele foi ao país adjacente ao leste de Damasco.
A revolução espiritual fora tão devastadora em sua vida que ele precisava de tempo para ajustar seus pensamentos. Ali, na escola do Espírito, “o seminário de um homem só”, com infinita disponibilidade, Deus ensinou e treinou o mensageiro escolhido para espalhar o evangelho ao mundo. Ele tinha que revisar a veracidade de todas as passagens do Antigo Testamento à luz da nova revelação. Aqui estava um árduo desafio de exegese.
As inimagináveis implicações dos sofrimentos e morte do Messias tinham que ser meticulosamente analisadas. Agora, ele tinha que formular sua teologia em linhas radicalmente diferentes. Através desses dias e anos de formação, sob a tutela do Espírito, Paulo estava inconscientemente armazenando em sua mente fatos e argumentos que lhe serviriam de vantagem nos dias venturos de controvérsias e oposição. Ali, também, ele desprendeu-se do fardo insuportável da prática da lei farisaica e apoderou-se da doutrina da graça, livre, porém dispendiosa.
Pelos mundanos de loucos chamados,
Escolhidos de Deus, e não do homem,
Em Tuas escolas secretas educados,
Para que Teus planos eternos avancem.
E agora, apesar de escondidos de nosso olhar,
Nos desertos de Midiã, ou nas colinas do Sinai,
Espírito de Deus, tens os Teus homens a esperar,
O tempo para fazer a vontade de Adonai.
Quando o clarão da chama Pentecostal,
À noite vier a se revelar,
Que meu coração brilhe como cristal,
Para Teu amor eterno exaltar.
—Frank Houghton
Sucedendo seu período de reclusão na Arábia, Paulo retornou para Damasco (Gálatas 1:17) e, três anos mais tarde, retornou à “Cidade Santa”. Sua primeira prioridade, através da comunhão com Pedro, era adquirir mais conhecimento do Senhor. A segunda, ele esperava conquistar os rabinos ao novo movimento. Nisto, no entanto, foi tristemente desapontado.
Paulo falou dessa experiência em Jerusalém:
“Depois que voltei a Jerusalém, estava orando no templo e tive uma visão, na qual o Senhor me dizia: ‘Depressa! Saia de Jerusalém, pois o povo daqui não aceitará seu testemunho a meu respeito’. E eu respondi: ‘Senhor, sem dúvida eles sabem que em cada sinagoga eu prendia e açoitava aqueles que criam em ti. E quando Estêvão, tua testemunha, foi morto, eu estava inteiramente de acordo. Fiquei ali e guardei os mantos que eles tiraram quando foram apedrejá-lo’. Mas o Senhor me disse: ‘Vá, pois eu o enviarei para longe, para os gentios’” (Atos 22:17-21).
Após seu ministério de curta duração em Damasco e Jerusalém, Paulo retornou a Tarso onde permaneceu por aproximadamente oito anos. Não está muito claro como ele passou aqueles anos, mas podemos ter certeza de que propagava sua nova fé. Aquele período preparatório de evangelismo culminou em um ano de rica experiência na igreja de Antioquia sob a orientação de Barnabé.
Tendo essa igreja como centro, Paulo iniciou sua missão de ser apóstolo ao mundo gentio. Foram anos muito importantes, durante os quais se submeteu a um grande amadurecimento e desenvolvimento de caráter. Os que almejam ser líderes devem perceber que Paulo provou-se e foi aprovado para o trabalho em sua igreja local e sua cidade antes de partir como um pioneiro espiritual para trabalhar em áreas mais abrangentes.
Como resultado desses anos de obscuridade, “quando ele foi trabalhar era portador de uma mensagem de Deus — concedida a ele, original e recém-recebida de Deus”.
As Escrituras
Sobre este Plano
Você aspira a ser um líder espiritual bem-sucedido? O apóstolo Paulo é um grande exemplo para se alcançar isso. Neste plano de leitura, J. Oswald Sanders apresenta um estudo instigante e completo sobre a vida de Paulo, abordando um aspecto pouco explorado: sua liderança.
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