Sermões de Spurgeon sobre o Sermão do MonteExemplo
A primeira Bem-aventurança não é, de forma alguma, mais elevada do que a terceira, nem a terceira do que a sétima. Há um grande avanço do pobre de espírito até o puro de coração e o pacificador. Eu disse que elas se elevam, mas seria igualmente correto dizer que elas descendem, pois, do ponto de vista humano, elas o fazem — chorar está um degrau abaixo, embora acima de ser humilde de espírito. E o pacificador, mesmo sendo a forma mais elevada de um cristão, verá a si mesmo sendo convocado a tomar o lugar mais degradante por amor à paz. “As Bem-aventuranças marcam um aprofundamento em humilhação e um crescimento em exaltação.” Na proporção que os homens se elevam na recepção da bênção divina, eles afundam em sua própria estima e consideram honra realizar os trabalhos mais humildes.
Não somente as Bem-aventuranças se elevam umas sobre as outras, mas também brotam umas das outras como se cada uma dependesse das que a precederam. Cada broto alimenta outro broto mais elevado, e o sétimo é produto de todos os outros seis! As duas primeiras Bem-aventuranças que consideraremos primeiramente têm essa relação. “Bem-aventurados os que choram” brota de “Bem-aventurados os pobres de espírito”. Por que eles choram? Porque são “pobres de espírito”. “Bem-aventurados os mansos” é uma bênção que nenhum homem atingirá até que tenha sentido sua pobreza espiritual e chorado sobre ela. “Bem-aventurados os misericordiosos” segue a bênção do manso porque os homens não adquirem o espírito perdoador, compassivo e misericordioso até que tenham se tornado mansos pela experiência com as duas primeiras bênçãos. Essa mesma elevação e brotamento podem ser vistos em todas as sete. As pedras foram colocadas, uma sobre a outra, em belas cores e polidas à semelhança de um palácio — são a sequência natural e se completam umas às outras — como os sete dias da primeira semana do mundo.
Observem, também que, nessa escada de luz, embora cada degrau esteja acima do outro e brotem um do outro, ainda assim cada um é perfeito em si e contém em si uma bênção inestimável e completa. O menor entre os abençoados, a saber, o humilde de espírito, tem sua bênção peculiar e, certamente, ela é de tal ordem que é usada como o resumo de todas as demais! “…deles é o reino do céu” é tanto a primeira quanto a oitava bendição. Dos de caráter mais elevado, isto é, dos pacificadores, que são chamados filhos de Deus, não se diz que sejam mais do que abençoados — sem dúvida eles desfrutam mais da bênção, mas não possuem mais de provisão da aliança.
Perceba também, com alegria, que, em cada caso, a bem-aventurança está no tempo presente — uma felicidade a ser desfrutada e na qual se regozijar agora! Não é “bem-aventurado será”, mas “bem-aventurado é”. Não há um degrau em toda a experiência divina do fiel — sequer um elo na maravilhosa corrente da divina graça — na qual haja um retraimento do sorriso divino ou uma ausência da verdadeira felicidade! Bem-aventurado é o primeiro momento da vida cristã na Terra — e bem-aventurado o último! Bendita é a fagulha que tremula no pavio, e bendita a chama que sobe aos Céus em santo êxtase! Bendita é a cana ferida, e bendita é a árvore do Senhor que é cheia de seiva, o cedro do Líbano, que o Senhor plantou! Bem-aventurado é o bebê na graça, e bem-aventurado o homem perfeito em Cristo Jesus! Assim como a misericórdia do Senhor dura para sempre, também será com nossa bem-aventurança!
As Escrituras
Sobre este Plano
Sermões de Spurgeon sobre o Sermão do Monte contém pregações especialmente selecionadas que trazem extraordinárias considerações sobre os temas abordados por Jesus, o Mestre dos mestres, o Pregador dos pregadores, neste que é o Seu primeiro sermão público e considerado aquele que lançou os fundamentos do cristianismo.
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