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Com Cristo na escola de oraçãoExemplo

Com Cristo na escola de oração

DIA 3 DE 5

O Mestre Singular

De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar... – Lucas 11.1

Os discípulos haviam estado com Cristo e viram-nO orar. Haviam aprendido a perceber uma ligação íntima entre sua extraordinária vida pública e sua vida secreta de oração. Haviam aprendido a crer n’Ele como o Mestre na arte da oração, pois ninguém podia orar como Ele. Tudo isso justifica o pedido: “Senhor, ensinanos a orar”. E anos depois eles nos conscientizariam por meio de seus escritos que as lições de Jesus sobre oração estavam entre as coisas mais maravilhosas e sublimes transmitidas pelo Mestre.

Certa vez, enquanto Jesus orava em um determinado lugar, os discípulos, vendo o empenho e o fervor com que orava, sentiram necessidade de pedir: “Senhor, ensina-nos a orar”. À medida que crescemos na vida cristã, o pensamento e a fé na incessante e infalível intercessão do Amado Mestre tornam a oração algo ainda mais precioso, e a esperança de interceder como Cristo ganha um atrativo totalmente novo para nós. E conforme O vemos orar, e reconhecemos que ninguém pode orar nem ensinar como Ele, sentimos a mesma necessidade que os discípulos sentiram de pedir: “Senhor, ensina-nos a orar”. E enquanto pensamos em tudo que Ele é e tem, em quanto necessitamos d’Ele e em como Ele mesmo é nossa vida, sentimos segurança de que basta pedir e Ele terá imenso prazer em nos levar a uma comunhão mais íntima com Ele e nos ensinará a orar como Ele ora.

Anime-se, irmão! Por que não nos achegarmos ao nosso Amado Mestre e pedimos que Ele também nos matricule nesta escola cujas portas estão sempre abertas àqueles que anseiam por prosseguir seus estudos na divina arte da oração e da intercessão? Sim, vamos agora mesmo dizer ao Mestre, como os discípulos disseram há tempos: “Senhor, ensina-nos a orar”. Enquanto meditamos percebemos que cada palavra dessa petição é plena de significado.

“Senhor, ensina-nos a orar.” Sim, a orar. É isso que precisamos aprender. Embora, a princípio, oração pareça ser algo tão simples que até a mais débil criança pode fazer, também é, ao mesmo tempo, o trabalho mais sublime e santo que o homem pode realizar. Ela é comunhão com o Deus Invisível e Santíssimo. É a compreensão de que os poderes do mundo eterno estão à nossa disposição. É a própria essência da verdadeira religião, o canal de todas as bênçãos, o segredo do poder e da vida.
Não somente para nós mesmos, mas para outros, para a Igreja e para o mundo. É por meio da oração que Deus nos dá o direito de tomar posse de Si mesmo e de Sua força. É pela oração que as promessas esperam por seu cumprimento, o reino por sua vinda e a glória de Deus por sua plena revelação. E como temos sido indolentes e inadequados para realizar esse abençoado trabalho! Somente o Espírito de Deus pode nos capacitar a fazer isso de forma correta. Facilmente nos enganamos e paramos de orar, e o resultado é grande ausência de poder. Nosso treinamento inicial, o ensino da Igreja, a influência do hábito, o tumulto das emoções, como essas coisas nos levam rapidamente à oração sem poder espiritual e sem muita eficácia. A oração verdadeira, que toma posse da força de Deus e abre de fato os portões do céu, por ela quem não clamaria: “Oh, que alguém me ensine a orar assim?”.

Jesus abriu uma escola e se dispõe a treinar os redimidos que expressam um desejo profundo por obter poder na oração. Que tal ingressarmos nela com esta súplica: “Senhor, como carecemos desse ensino! Ó, ensina-nos a orar”.

“Senhor, ensina-nos a orar.” Sim, a nós, Senhor. Temos lido em Tua Palavra as orações poderosas que Teus servos do passado fizeram e as grandes maravilhas que Tu operaste em resposta às suas petições. E se isso ocorreu na Antiga Aliança, no tempo de preparação, quanto mais agora, nos dias de cumprimento, Tu não darás a Teu povo a segurança plena de Tua presença em nosso meio. Temos ouvido como Teus apóstolos experimentaram a verdade gloriosa do poder da oração em Teu nome e estamos certos de que tais promessas podem ser verdadeiras para nós também. Ainda hoje temos ouvido inúmeros relatos de sinais gloriosos de Teu poder, os quais Tu ainda concedes àqueles que confiam plenamente em Ti. Senhor, todos esses homens eram sujeitos às mesmas paixões que nós! Sendo assim, ensina-nos também a orar. Se as promessas, os poderes e dons do mundo vindouro são para nós, então nos ensina a orar para que os recebamos abundantemente. Se Tu tens confiado a nós a Tua obra, se de nossas orações também dependem a vinda de Teu reino, se por meio de nossa oração Teu nome pode ser glorificado, então, “Senhor, ensina-nos a orar”. Sim, a nós, Senhor. Eis-nos aqui como Teus aprendizes; queremos de fato ser ensinados por Ti. “Senhor, ensina-nos a orar.”

“Senhor, ensina-nos a orar.” Sim, sentimos uma grande necessidade de ser ensinados a orar. Nada parece, no início, tão simples e depois tão difícil, a ponto de sermos coagidos a confessar: não sabemos orar como convém. É verdade que temos a Palavra de Deus, com suas firmes e claras promessas; mas o pecado tem obscurecido tanto nossa mente que raramente sabemos como aplicar a Palavra. Quando se trata de coisas espirituais, nem sempre buscamos as mais necessárias ou nem sempre oramos de acordo com a lei do santuário. E em relação às coisas temporais, somos mais incapazes ainda de usar a liberdade maravilhosa que o Pai nos concedeu de pedir o que precisamos. E mesmo quando sabemos o que pedir, quanta necessidade ainda há de fazer a oração aceitável. A oração deve ser para a glória de Deus, em total rendição à Sua vontade, em plena certeza de fé, no nome de Jesus, e com tal perseverança que, se necessário for, se recusa a não ser atendida. E como precisamos aprender todas essas coisas. E isso só acontece na escola de muita oração, pois a prática faz a perfeição. Só se aprende a divina arte da oração eficaz em meio à dolorosa consciência de nossa ignorância e falta de merecimento e em meio ao conflito entre crer ou duvidar. Mesmo que não estejamos cientes disso, o Autor e Consumador de nossa fé e de nossa oração, o qual zela por nossos pedidos e observa os que n’Ele confiam, sim, Ele é o maior interessado para que nossa educação na escola de oração alcance a perfeição. Que brote no mais profundo de nosso coração um desejo ardente por aprender a orar, desejo esse produzido pelo reconhecimento de nossa ignorância e pela fé no nosso Mestre perfeito. Que estejamos convictos de que Ele nos ensinará a orar com poder. Sim, nunca duvidemos disso, Ele ensina a orar.

“Senhor, ensina-nos a orar.” Ninguém pode superar Jesus na arte de ensinar; por isso roguemos a Ele: “Senhor, ensina-nos a orar”. Um aluno necessita de um professor que conhece bem sua matéria e saiba ensinar, com paciência e amor, para preencher as suas necessidades. Louvado seja Deus! Porque Jesus é tudo isso e muito mais. Ele sabe tudo sobre oração. É Jesus, Ele mesmo orando, quem nos ensina a orar. Ele sabe tudo sobre oração. Aprendeu a orar em meio a lutas e lágrimas de Sua vida na Terra. É o trabalho que mais Lhe dá prazer no céu; lá ainda exerce uma vida de oração. Nada Lhe deixa mais satisfeito do que encontrar aqueles que desejam ser levados à presença do Pai, aqueles a quem pode revestir de poder para orar e trazer as bênçãos de Deus sobre os que os rodeiam, aqueles que podem ser treinados para ser Seus cooperadores na intercessão pela qual Seu reino será revelado na Terra. Como Ele sabe ensinar! Seja pela urgência da necessidade, seja pela confiança jubilosa. Seja pelo ensino da Palavra, ou pelo testemunho de outro crente que sabe o que é ter orações respondidas. Por meio do Espírito Santo Ele penetra nosso coração e nos ensina a orar revelando-nos o pecado que impede nossa oração, ou nos dá a garantia de que nossa oração foi aceita por Deus. Ele ensina não apenas nos dando ideias sobre o que pedir e como pedir, mas soprando dentro de nós o próprio espírito de oração, e ainda vivendo dentro de nós como Grande Intercessor. É com muita certeza e grande alegria que podemos declarar: “Quem ensina como Ele?”. Jesus nunca ensinou Seus discípulos a pregar, somente a orar. Não falou muito sobre o que fazer para pregar bem, mas falou muito sobre como orar bem. Saber como falar com Deus é bem mais importante do que saber como falar com os homens. A prioridade é ter poder com Deus e não com os homens. Não há nada que seja mais prazeroso a Jesus do que nos ensinar a orar.

Meu amado irmão, reflita! Não é isso que precisamos, rogar ao Mestre que nos ministre, por um tempo, um curso especial sobre a arte da oração? Medite em Suas palavras proferidas na Terra e renda-se aos Seus ensinamentos na mais profunda confiança de que, com um professor assim, é impossível não fazer progresso. Separe tempo não apenas para meditar, mas para orar e permanecer diante do trono, para ser treinado no trabalho de intercessão. Estejamos certos de que em meio a nossos tropeços e temores Ele realizará Sua obra em nós de forma esplêndida. Ele soprará Sua própria vida, que é toda oração, dentro de nós. À medida que nos tornarmos participantes de Sua justiça e de Sua vida, Ele também intercederá por meio de nós. Como membros de Seu corpo e como sacerdócio santo, faremos parte da obra sacerdotal de rogar e prevalecer com Deus em favor dos homens. Sim, por mais ignorantes e débeis que sejamos, vamos pedir com muito gozo: “Senhor, ensina-nos a orar”.

As Escrituras

Dia 2Dia 4

Sobre este Plano

Com Cristo na escola de oração

Esse é um plano de leitura com trechos do livro Com Cristo na Escola de Oração, de Andrew Murray. O plano nos auxilia a alcançar uma vida de plena união com o Espírito, focando em intercessão e falando sobre os enganos que nos fazem sentir confortáveis com orações sem resposta, pois a oração que está realmente em união com Cristo é sempre respondida.

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