Hábitos de SantidadeExemplo

Até Mesmo essas Coisas

O perdão é outra daquelas palavras que podem ter uma má reputação. Tipo, isso não é deixar essa pessoa que me prejudicou sair impune? Ou inscrever-se para ser desrespeitado por todos? Oferecer perdão é uma mentalidade de “viva e deixe viver”? Ou é realmente parte de ser santo? 

O negócio é o seguinte: somos chamados a ser santos como nosso Pai celestial é santo: viver de tal maneira que o mundo veja Deus através de nós. E confira o que Jesus faz em um de Seus sermões. Ele diz: 

Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso.Lucas 6:36 NVI

Espere, segura aí. Jesus errou a citação? Eu pensei que era “sejam santos, assim como eu [Deus] sou santo”? Sim, mas Jesus sabia exatamente o que estava fazendo. Porque a parte da santidade que faltava ao seu público era a misericórdia. E com que frequência nós sentimos falta disso na forma como tratamos os outros também? Podemos ser todos sobre graça e misericórdia quando se trata de nós mesmos, mas assim que alguém nos machuca, cara, queremos justiça! 

O que torna ainda mais incrível pensar no fato de que antes mesmo de conhecê-lo, reconhecê-lo, confiar nele ou mesmo dar um único passo em direção a ele, Jesus foi até a cruz por você.

Mas Deus demonstra seu próprio amor por nós nisto: De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios. Romanos 5:8 NVI

Fale sobre misericórdia e graça radicais. O que Deus nos mostra através do exemplo de Jesus é que o perdão realmente não tem nada a ver com a resposta da outra pessoa. É uma decisão intencional de tratá-los da mesma maneira que Deus, por meio de Cristo, tratou você. Em outras palavras, Ele tem sido tão misericordioso conosco, que nosso chamado para refleti-Lo ao mundo é inseparável do hábito de mostrar misericórdia aos outros.

Depois de um sermão desafiador, Pedro faz esta pergunta a Jesus:

“Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes?” Mateus 18:21 NVI

Jesus responde com esta história: Havia um homem que devia uma enorme soma de dinheiro ao rei. O servo estava na posição de literalmente perder tudo o que tinha, desistir de sua casa e ter que vender a si mesmo e seus familiares como escravos até que pudesse juntar o suficiente para pagar. Em um ato de misericórdia altruísta, o rei perdoa a dívida desse servo, cancelando-a completamente. O que o servo faz? Chora de alegria? Dá uma festa? Vive a vida mais generosa de todos os tempos a partir desse ponto? Não, nenhuma das opções acima. Em vez disso, ele imediatamente vai e encontra um colega servo, um amigo que lhe deve uma mera fração do que devia ao rei, e exige ser pago de volta, tipo, agora. Ele até agrediu seu amigo e o jogou na cadeia! Espere o quê? Ele teve amnésia quando deixou a corte do rei? Porque isso não deveria acontecer. E esse é o ponto de vista de Jesus. A única resposta apropriada para ser perdoado da dívida que teria custado nossa paz, nossos relacionamentos e nossa liberdade — porque é isso que o pecado faz — é dar meia-volta e perdoar os outros.

Agora há aqueles de nós que experimentaram erros profundos e incrivelmente horríveis. Ferir e tirar vantagem dos outros não é bom. E o perdão não transforma as coisas de repente em sol e rosas. Não é fingir que está tudo bem. Na verdade é exatamente o oposto. Veja, a amargura afasta as coisas. O perdão as confronta com o poder da cruz. Jesus teve que morrer por essas coisas. Isso é claramente um grande negócio. E porque Jesus morreu por elas, não temos que carregá-las. Escolher mostrar misericórdia e oferecer perdão nos liberta para andar na paz, integridade e liberdade que Jesus nos oferece, enquanto escolher não perdoar leva à amargura – e a única pessoa que realmente machucamos somos nós mesmos. No entanto, mostrar misericórdia nem sempre significa que nosso relacionamento com a pessoa vai ou deve voltar ao que era antes. Não podemos escolher obediência ou arrependimento por eles. Como seguidores de Jesus, como pessoas santas, nossa parte é oferecer misericórdia, assim como nosso Pai celestial nos ofereceu misericórdia. 

Hábito 4: Mostre misericórdia aos outros. Com que frequência devemos perdoar? Essa foi a pergunta de Pedro, à qual Jesus respondeu dizendo “setenta vezes sete” e depois contando a história dos dois devedores. Jesus estava nos dando um problema de palavras, como na aula de matemática? Não. Sete é o número da conclusão. Então, o que Jesus estava dizendo é que devemos continuar perdoando até que nosso perdão seja completamente concluído. Outra palavra para completo é perfeito, e outra palavra para perfeito (sim, você descobriu) é santo. Nós, como pessoas santas, perdoamos implacavelmente – continuamente, habitualmente – porque nosso Deus santo nunca deixa de nos perdoar.