MARCOS 1
1
João Batista
(Mt 3.1-12; Lc 3.1-18; Jo 1.6-8,19-36)
1Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho#Ml 3.1 diante de ti.
3Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas#Is 40.3.
4Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados.
5E toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
6E João andava vestido de pêlos de camelo#2Rs 1.8 e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre,
7e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das sandálias.
8Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.
O batismo e a tentação de Jesus
(Mt 3.13-17; 4.1-11; Lc 3.21-22; 4.1-13; Jo 1.32)
9E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão.
10E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele.
11E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado#Mt 12.18; 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35, em quem me comprazo#Is 42.1.
12E logo o Espírito o impeliu para o deserto.
13E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.
Vocação dos primeiros apóstolos
(Mt 4.12-25; Lc 5.1-11; Jo 1.35-51)
14 E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do Reino de Deus
15e dizendo: O tempo está cumprido, e o Reino de Deus#Mt 3.2 está próximo. Arrependei-vos#Dn 2.44 e crede no evangelho.
16 E, andando junto ao mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
17E Jesus lhes disse: Vinde após mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.
18E, deixando logo as suas redes, o seguiram.
19E, passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes,
20e logo os chamou. E eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram após ele.
A cura do endemoninhado de Cafarnaum
(Lc 4.31-37)
21Entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava.
22E maravilharam-se#Mt 7.28-29 da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade e não como os escribas.
23E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo:
24Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
25E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te e sai dele.
26Então, o espírito imundo, agitando-o e clamando com grande voz, saiu dele.
27E todos se admiraram, a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Que nova doutrina é esta? Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!
28E logo correu a sua fama por toda a província da Galiléia.
A cura da sogra de Pedro
(Mt 8.14-17; Lc 4.38-41)
29E logo, saindo da sinagoga, foram à casa de Simão e de André, com Tiago e João.
30E a sogra de Simão estava deitada, com febre; e logo lhe falaram dela.
31Então, chegando-se a ela, tomou-a pela mão e levantou-a; e a febre a deixou, e servia-os.
32 E, tendo chegado a tarde, quando já estava se pondo o sol, trouxeram-lhe todos os que se achavam enfermos e os endemoninhados.
33E toda a cidade se ajuntou à porta.
34E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam.
35 E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.
37E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.
38E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galiléia#Mt 4.23; 9.35, e expulsava os demônios.
A cura de um leproso
(Mt 8.1-4; Lc 5.12-14)
40E aproximou-se dele um leproso, que, rogando-lhe e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.
41E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo!
42E, tendo ele dito isso, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.
43E, advertindo-o severamente, logo o despediu.
44E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém; porém vai, mostra-te ao sacerdote e oferece#Lv 14.1-32 pela tua purificação o que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho.
45Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas e a divulgar o que acontecera; de sorte que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade, mas conservava-se fora em lugares desertos; e de todas as partes iam ter com ele.
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