Jesus ainda estava falando, quando chegou Judas, um dos doze discípulos. Vinha com ele uma grande multidão armada com espadas e porretes, que tinha sido mandada pelos chefes dos sacerdotes e pelos líderes judeus. O traidor tinha combinado com eles um sinal. Ele tinha dito: “Prendam o homem que eu beijar, pois é ele.” Judas foi até perto de Jesus e disse:
— Mestre, que a paz esteja com o senhor!
E o beijou. Jesus respondeu:
— Amigo, o que você vai fazer faça agora.
Então eles chegaram, prenderam Jesus e o amarraram. Mas um dos que estavam ali com Jesus tirou a espada, atacou um empregado do Grande Sacerdote e cortou uma orelha dele. Aí Jesus disse:
— Guarde a sua espada, pois quem usa uma espada será morto por uma espada. Você não sabe que, se eu pedisse ajuda ao meu Pai, ele me mandaria agora mesmo doze exércitos de anjos? Mas, nesse caso, como poderia se cumprir aquilo que as Escrituras Sagradas dizem que é preciso acontecer?
Depois Jesus disse para aquela gente:
— Vocês vêm com espadas e porretes para me prender como se eu fosse um bandido? Eu estava todos os dias ensinando no pátio do Templo, e vocês não me prenderam. Mas tudo isso está acontecendo para se cumprir o que os profetas escreveram nas Escrituras Sagradas.
Então todos os discípulos abandonaram Jesus e fugiram.
Os homens que prenderam Jesus o levaram até a casa do Grande Sacerdote Caifás, onde estavam reunidos alguns mestres da Lei e alguns líderes judeus. Pedro seguiu Jesus de longe até o pátio da casa do Grande Sacerdote. Entrou e sentou-se com os guardas para ver como aquilo ia terminar.
Os chefes dos sacerdotes e todo o Conselho Superior estavam procurando alguma acusação falsa contra Jesus a fim de o condenar à morte. Mas não puderam encontrar nada contra ele, embora muitos se levantassem para dizer mentiras a respeito dele. Afinal dois homens se apresentaram e disseram:
— Este homem afirmou: “Eu posso destruir o Templo de Deus e construí-lo de novo em três dias.”
Aí o Grande Sacerdote se levantou e perguntou a Jesus:
— Você não vai se defender desta acusação?
Mas Jesus ficou calado. Então o Grande Sacerdote tornou a perguntar:
— Em nome do Deus vivo, eu exijo que você diga para nós: você é o Messias, o Filho de Deus?
Jesus respondeu:
— Quem está dizendo isso é o senhor. Mas eu afirmo a vocês que de agora em diante vocês verão o Filho do Homem sentado do lado direito do Deus Todo-Poderoso e descendo nas nuvens do céu!
Aí o Grande Sacerdote rasgou as suas próprias roupas e disse:
— Ele blasfemou! Não precisamos mais de testemunhas! Vocês ouviram agora mesmo esta blasfêmia contra Deus! Então, o que resolvem?
Eles responderam:
— Ele é culpado e deve morrer!
Em seguida cuspiram no rosto de Jesus e deram bofetadas nele. E os que batiam nele diziam:
— Ei, Messias, adivinhe para nós quem foi que bateu em você!
Pedro estava sentado lá fora no pátio, quando uma das empregadas chegou perto dele e disse:
— Você também estava com Jesus da Galileia.
Mas ele negou diante de todos, dizendo:
— Eu não sei do que é que você está falando.
Depois foi para a entrada do pátio. Outra empregada o viu e disse às pessoas que estavam ali:
— Ele estava com Jesus de Nazaré.
Pedro negou outra vez, respondendo:
— Juro que não conheço esse homem!
Pouco depois, os que estavam ali chegaram perto de Pedro e disseram:
— O seu modo de falar mostra que, de fato, você também é um deles.
Então Pedro disse:
— Juro que não conheço esse homem! Que Deus me castigue se não estou dizendo a verdade!
Naquele instante o galo cantou, e Pedro lembrou que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante, você dirá três vezes que não me conhece.” Então Pedro saiu dali e chorou amargamente.