Além disso, não são anjos que governarão o mundo futuro a que nos referimos. Porque em certo lugar alguém disse:
“Quem é o simples mortal, para que penses nele?
Quem é o filho do homem, para que com ele te importes?
E, no entanto, por pouco tempo o fizeste um pouco menor que os anjos
e o coroaste de glória e honra.
Tu lhe deste autoridade sobre todas as coisas”.
Quando se diz “todas as coisas”, significa que nada foi deixado de fora. É verdade que ainda não vimos tudo ser submetido à sua autoridade. Contudo, vemos Jesus, que por pouco tempo foi feito “um pouco menor que os anjos” e que, por ter sofrido a morte, agora está coroado “de glória e honra”. Sim, pela graça de Deus, Jesus experimentou a morte por todos. Deus, para quem e por meio de quem todas as coisas foram criadas, escolheu levar muitos filhos à glória. E era apropriado que, por meio do sofrimento de Jesus, ele o tornasse o líder perfeito para conduzi-los à salvação.
Assim, tanto o que santifica como os que são santificados procedem de um só. Por isso Jesus não se envergonha de chamá-los irmãos, quando diz:
“Proclamarei teu nome a meus irmãos;
no meio de teu povo reunido te louvarei”.
E também afirmou:
“Porei minha confiança nele”,
isto é, “eu e os filhos que Deus me deu”.
Visto, portanto, que os filhos são seres humanos, feitos de carne e sangue, o Filho também se tornou carne e sangue, pois somente assim ele poderia morrer e, somente ao morrer, destruiria o diabo, que tinha o poder da morte. Só dessa maneira ele libertaria aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.
Também sabemos que o Filho não veio para ajudar os anjos, mas sim os descendentes de Abraão. Portanto, era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, de modo que pudesse ser nosso misericordioso e fiel Sumo Sacerdote diante de Deus e realizar o sacrifício que remove os pecados do povo. Uma vez que ele próprio passou por sofrimento e tentação, é capaz de ajudar aqueles que são tentados.