“Escutem, ó céus, e falarei!
Ouça, ó terra, aquilo que digo!
Que meu ensino desça sobre vocês como chuva,
que minhas palavras se derramem como orvalho.
Caiam como chuva sobre a grama,
como garoa suave sobre o capim novo.
Proclamarei o nome do SENHOR;
exaltemos o nosso Deus!
Ele é a Rocha, e suas obras são perfeitas;
tudo que ele faz é certo.
É um Deus fiel, que nunca erra,
é justo e verdadeiro!
“Seu povo o tratou de maneira desleal,
agiu maldosamente, e não como seus filhos;
são uma geração perversa e corrompida.
É assim que retribuem ao SENHOR,
povo tolo e sem juízo?
Não é ele o Pai de vocês, que os criou?
Não foi ele que os fez e os estabeleceu?
Lembrem-se dos dias de muito tempo atrás,
pensem nas gerações passadas.
Perguntem a seus pais, e eles os informarão;
consultem os líderes, e eles lhes contarão.
Quando o Altíssimo distribuiu a terra entre as nações,
quando dividiu a humanidade,
fixou os limites dos povos,
de acordo com o número dos filhos de Israel.
“Pois o povo de Israel pertence ao SENHOR;
Jacó é sua propriedade especial.
Encontrou-os numa terra deserta,
numa região desolada e de ventos uivantes.
Cercou-os e cuidou deles,
protegeu-os como a pupila de seus olhos.
Como a águia que incentiva seus filhotes
e paira sobre a ninhada,
ele estendeu as asas para tomá-los
e levá-los em segurança sobre suas penas.
O SENHOR, e mais ninguém, os guiou;
nenhum deus estrangeiro os conduziu.
Ele os fez cavalgar sobre os lugares altos da terra
e alimentar-se dos frutos dos campos.
Nutriu-os com mel da rocha
e azeite dos altos rochedos.
Alimentou-os com coalhada do gado
e leite do rebanho,
com a gordura de cordeiros,
de carneiros e de bodes de Basã.
Comeram o melhor do trigo
e beberam do vinho mais fino
que as uvas podem dar.
“Mas Jesurum não demorou a engordar e se rebelar;
o povo se tornou pesado, corpulento e empanturrado!
Então abandonaram o Deus que os criou,
fizeram pouco caso da Rocha de sua salvação.
Provocaram seu zelo,
adorando deuses estrangeiros;
despertaram sua fúria
com ídolos detestáveis.
Ofereceram sacrifícios a demônios que não são Deus,
a deuses que não conheciam,
deuses novos, sem história,
deuses que seus antepassados jamais temeram.
Abandonaram a Rocha que os gerou,
esqueceram-se do Deus que os fez nascer.
“O SENHOR viu isso e se afastou,
provocado à ira por seus filhos e filhas.
Disse: ‘Eu os abandonarei;
veremos o que será deles!
Pois são uma geração perversa,
filhos infiéis.
Provocaram meu ciúme adorando coisas que não são Deus;
despertaram minha ira com seus ídolos inúteis.
Agora, provocarei seu ciúme com uma gente que nem sequer é povo;
despertarei sua ira por meio de uma nação insensata.
Pois minha ira arde como o fogo
e queima até as profundezas da sepultura.
Devora a terra e todas as suas colheitas
e incendeia os alicerces dos montes.
Amontoarei calamidades sobre eles
e os derrubarei com minhas flechas.
Eu os enfraquecerei com fome,
febre alta e enfermidade mortal.
Enviarei as presas de animais selvagens,
e o veneno das serpentes que se arrastam no pó.
Fora de casa, a espada trará morte;
dentro dela, o pavor atingirá
rapazes e moças, crianças e idosos.
Meu desejo era aniquilá-los,
apagar até sua lembrança dentre os povos.
Mas temi a reação dos inimigos de Israel,
que entenderiam mal e diriam:
‘Foi o nosso poder que triunfou!
O SENHOR nada teve a ver com isso!’”.
“Israel, porém, é uma nação sem juízo;
seu povo é tolo, sem entendimento.
Ah, se fossem sábios e compreendessem estas coisas!
Ah, se soubessem o fim que os espera!
Como poderia uma só pessoa perseguir mil deles,
e duas pessoas fazer dez mil fugirem,
a não ser que sua Rocha os tivesse vendido,
a não ser que o SENHOR os tivesse entregado?
Mas a rocha de nossos inimigos não é como nossa Rocha,
como até eles mesmos reconhecem.
A videira deles vem da videira de Sodoma,
dos campos de Gomorra.
As uvas deles são veneno,
e seus cachos são amargos.
O vinho deles é veneno de cobras,
peçonha mortal de serpentes.
“O SENHOR diz: ‘Acaso não selei estas coisas
e as guardei em meus tesouros?
A vingança cabe a mim, eu lhes darei o troco;
no devido tempo, seus pés escorregarão.
O dia da calamidade chegará,
e seu destino os alcançará’.
“Por certo o SENHOR julgará seu povo,
e mudará seus planos para seus servos,
quando vir que a força deles se esgotou
e que ninguém sobrou, nem escravo nem livre.
Então ele perguntará: ‘Onde estão seus deuses,
as rochas em que se refugiaram?
Onde estão os deuses que comeram a gordura de seus sacrifícios
e beberam o vinho de suas ofertas?
Que esses deuses se levantem e os socorram!
Que eles lhes deem abrigo!
Vejam agora que eu sou o único;
não há outro deus além de mim!
Causo a morte e dou a vida,
causo a ferida e faço sarar;
ninguém pode escapar de minha mão poderosa!
Agora, levanto minha mão para o céu
e declaro: ‘Tão certo quanto eu vivo,
quando eu afiar minha espada reluzente,
e começar a fazer justiça,
eu me vingarei de meus inimigos
e darei o troco aos que me rejeitaram.
Farei minhas flechas se embebedarem de sangue,
e minha espada devorará carne:
o sangue dos massacrados e dos prisioneiros,
e as cabeças dos líderes inimigos’.
“Alegrem-se com ele, ó céus,
e todos os anjos de Deus o adorem.
Alegrem-se com seu povo, ó nações,
e todos os anjos se fortaleçam nele;
Pois ele retribuirá o sangue de seus filhos
e se vingará de seus inimigos.
Ele dará o troco aos que o odeiam
e purificará a terra de seu povo”.