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Dias Melhores VirãoSample

Dias Melhores Virão

DAY 6 OF 7

A GRATIDÃO É O FUTURO AGORA

Nem só de lamentos vive o livro de Salmos. Assim como na vida, a alegria encontra espaço em meio a tudo que não acontece na forma como gostaríamos. E os salmistas souberam elaborar de forma talentosa perspetivas teológicas sobre a gratidão, que, dentre outras coisas apontam para o melhor que está por vir, graças à bondade de Deus. Aliás, o sinal seguro de que temos um relacionamento autêntico com Ele é crermos mais no futuro que no passado, como disse Lloyd John Ogilvie, um pastor, falecido em 2019, que por muitos anos foi também capelão dos Estados Unidos da América. O passado não pode ser fonte de confiança nem de condenação. Na Sua graça, Deus dividiu a nossa vida em dias e anos para que pudéssemos abrir mão dos dias de ontem e experimentar alegria antecipada pelos amanhãs. Para os erros do passado Ele oferece-nos o perdão e a habilidade de esquecer. Para os nossos amanhãs, Ele dá a dádiva da expectação e da emoção.

Davi escreveu o salmo 65 para mostrar que Deus ouve orações e perdoa pecados, traduzindo em poesia um canto comunitário de ação de graças que celebra a abundância da terra. Um poema para ser cantado publicamente com cumprimento de votos. O que significa um reconhecimento de que Deus atende às petições do Seu povo, aliás, a tónica do salmo. E isso inclui orações de confissão. O salmista deixa no ar a sua preocupação por um grande pecado cometido pelo povo, mas apresenta a sua gratidão pelo perdão recebido. Os perdoados podem aproximar-se de Deus na certeza de que foram contemplados com graça e misericórdia muito além do que poderiam retribuir.

As respostas de oração são sempre impressionantes, não pelos resultados inesperados, mas pelo que representam do poder de Deus, nos seus atos divinos específicos. O poder de Deus não pode ser conhecido plenamente até que seja experimentado nas situações que desafiam as nossas limitações. Tal como numa tempestade, ou qualquer outra calamidade natural da qual podemos ter conhecimento, sem no entanto vivenciá-la. Enquanto não nos sentirmos submergindo no imenso oceano do poder de Deus, não compreenderemos o quanto Ele é verdadeiro, grande, bondoso, terrivelmente justo, e o quanto tem os Seus olhos sempre sobre nós. J. I. Packer alerta para o facto de que hoje se dá grande ênfase à ideia de que Deus é pessoal, e é, mas esta verdade é de tal modo enunciada que nos deixa a impressão de que Ele é uma pessoa como nós – fraca, inconveniente, ineficaz, e um pouco patética. E Packer prossegue argumentando que

o Deus com o qual comungamos não é um mero princípio cósmico, impessoal e indiferente, mas uma Pessoa que vive, pensa, sente, age, aprova o bem, desaprova o mal e está o tempo todo interessado nas Suas criaturas. E gente de todo o mundo em épocas diferentes confia n'Ele por causa da Sua revelação na criação e na história.

Um outro teólogo, chamado Alvin Plantinga afirma que segundo o catecismo de Heidelberg, os seres humanos tendem a odiar Deus e o próximo; sentimos ressentimento do segundo por competir connosco e do primeiro por interferir nos nossos próprios projetos e na nossa autonomia. É esse estado do ser humano que o impede de perceber e responder à bondade de Deus. Ainda conforme Plantinga, Deus não Se limitou a deixar-nos nesse terrível estado. Pelo contrário, propôs um esquema pelo qual os seres humanos poderiam ser salvos desse mar de pecado, sendo restaurada a nossa condição original de comunhão com Deus. A característica principal desse esquema é a encarnação, o sofrimento, a morte e a ressurreição da Palavra divina. Segundo Mark Twain, ‘a fé é crer no que sabemos não ser verdadeiro’, mas do ponto de vista cristão isso é um erro colossal. Cremos nesse esquema porque ele é verdadeiro e revela para quem quiser ver a bondade de Deus.

Mas a generosidade de Deus é como o sol, obscurecida muitas vezes pelas nossas provações, tal como nuvens que não tem qualquer poder para fazer cessar a luz e calor que dele emanam. Na realidade agrária da época do salmista a generosidade de Deus é vista nas fartas colheitas, e ele fala de Deus como se fosse um diligente fazendeiro. E em tempos de discussões tão acaloradas sobre mudanças climáticas é sempre bom levar em conta que Deus continua a cuidar do planeta que Ele criou. Ou seja, a natureza não é autónoma, e ainda é governada pelo Seu Criador para que tudo que é necessária à sobrevivência humana esteja à nossa disposição, sem nem mesmo precisar das riquezas escondidas nas entranhas da terra como afirmou um respeitado teólogo.

Apesar da realidade do pecado Deus abençoa o nosso ambiente global com muitas coisas para que haja prosperidade e alegria, porque Ele agrada-Se de ser abençoador. Ogilvie conta uma história interessante acerca de Leonardo da Vinci. Um dia ele começou um novo quadro. Escolheu o assunto, determinou a perspetiva, fez o esboço, aplicou as cores e desenvolveu o pano de fundo. Chamou um dos seus alunos, da Vinci pediu-lhe que a terminasse. O aluno ficou apavorado. Como terminar um quadro de um dos maiores mestres da pintura? Protestou a sua incapacidade para uma tarefa tão desafiadora. O grande artista, porém, silenciou-o, dizendo: “O que eu fiz não o inspira a dar o melhor que tem?”.

Assim o salmo 65 ensina-nos a responder à bondade de Deus com o nosso melhor, porque Ele atende às nossas orações, dá-nos coisas boas para que sejamos saciados na Sua presença, e esperança para que saibamos como lidar com o futuro, mesmo quando ele parecer não existir. A gratidão é o futuro agora!

Wilson Avilla

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Dias Melhores Virão

Predizer o que está por acontecer é tentar antecipar uma dimensão fundamental da existência. Mas sem confiança em Deus o amanhã pode significar somente frustração e vazio. Vários salmos foram escritos em momentos nos quais o futuro era uma sombra assustadora para os seus autores. Nestas experiências há valiosas lições de fé para lidarmos com as tensões do que ainda não aconteceu e acreditarmos que melhores dias virão.

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