3 Coisas Que Os Jovens Cristãos CalamSample

A CARA JOVEM DOS SEUS CRÍTICOS

Devo admitir que não lido bem com críticas (se foram destrutivas ou construtivas, não sei). Talvez seja por isso que, quando tive que enfrentar perguntas, agi de maneira tão variada. Reconheci falhas sabendo que elas me custariam oportunidades maravilhosas no trabalho. Em outras ocasiões defendi-me apontando a ineficiência da liderança, ou condenando a agenda lotada que as organizações superiores me impõem. Às vezes fui indiferente às críticas, outras vezes resisti mantendo silêncios dolorosos. Cheguei até a juntar-me aos meus críticos, em algumas ocasiões usando padrões mais rígidos do que os deles.

Apesar disso, nenhum dos meus sistemas de resposta a perguntas parece satisfazer-me. De repente, ao aceitar críticas, acabei assumindo responsabilidades alheias. Por outro lado, justificando-me, perdi a oportunidade de crescer em aspetos do meu ministério nos quais devo trabalhar. O silêncio submeteu-me a períodos neuróticos, às vezes de longa duração. Juntar-me aos meus críticos levou-me às portas da depressão, porque costumo ser mais incisivo e implacável do que eles ao condenar os meus erros.

Não pretendo que todos os meus leitores se comportem da mesma forma que eu quando confrontados com críticas; mas atrevo-me a assegurar que mais de um já se perguntou se deveria defender-se das suas críticas, calar-se para evitar conflitos ou aceitar as críticas como a verdade absoluta.

JESUS ​​ENFRENTANDO OS SEUS CRÍTICOS.

Os Evangelhos mostram que uma vida de santidade e um ministério a favor do povo não omite a ninguém das críticas. O próprio Jesus sofreu em vários momentos do Seu ministério. OS Seus críticos não somente questionaram os Seus ensinamentos (João 2:19-21; cf. Mateus 27:40), mas também estigmatizaram os Seus milagres (Mateus 12:22-24), questionaram a Sua liderança questionando os Seus seguidores (Mateus 12: 2), e até olharam com desconfiança para as Suas origens (João 8:41). Para adicionar insulto à injúria, os Seus irmãos faziam parte dos Seus críticos (João 7:5).

A crítica é universal e dinâmica. As circunstâncias do poder, as vicissitudes do tempo e as escolas filosóficas modificam-no, mas não o destroem. Além disso, a crítica é multifacetada, pode estar escondido atrás de uma pergunta ou disfarçado de conselho. Roberto Badenas chega a afirmar que “a crítica refinada pode disfarçar-se de elogio”.

A crítica, ao contrário de outras mazelas sociais, não marginaliza nem exclui ninguém. O preguiçoso, o trabalhador, o génio, o ignorante, o calado, o falador... e o próprio crítico é criticado! E embora já tenhamos falado da crítica humana ao Jesus encarnado, também Cristo é criticado na sua condição de Deus Soberano de toda a Criação, apesar da Sua bondade e misericórdia.

Jesus avisou que a hostilidade que Ele recebeu nós também receberíamos. "Se chamaram Belzebu ao chefe da família, quanto mais aos da sua casa?" (Mateus 10:25). Ouso dizer que a crítica é uma promessa bíblica. Cristo disse: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem por minha causa, e disserem todo o mal contra vós, mentindo" (Mateus 5: 11).

Então, como devemos lidar com as críticas? A recomendação que parece mais óbvia é que apoiemos sem dar muita importância. No final, foi isso que Jesus fez, certo? Realmente é mais complexo do que isso.

Tire o melhor das críticas, assim como a mulher cananeia em Mateus 15. Essa mulher procurou Cristo num momento de necessidade e vulnerabilidade. Quando Jesus parecia dizer algo ofensivo, ela encontrou nessas palavras o argumento perfeito para pedir um milagre para a sua filha (veja Mateus 15:21-28).

Quando receber uma crítica, ouse remover todos os qualificativos, ironia, sarcasmo e hipocrisia que a mascaram, procure no fundo desse comentário algo que tenha valor e use-o para se transformar positivamente. O potencial desse elemento encontrado pode ajudá-lo a crescer.

Deus o abençoe!

- Neylin Solis, pastor e autor do prestigiado livro "Seja feita a tua vontade".