Jó 31:1-40
Jó 31:1-40 Nova Versão Internacional - Português (NVI)
“Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças. Pois qual é a porção que o homem recebe de Deus lá de cima? Qual é a herança do Todo-poderoso, que habita nas alturas? Não é ruína para os ímpios, desgraça para os que fazem o mal? Não vê ele os meus caminhos e não conta cada um dos meus passos? “Se me conduzi com falsidade, ou se os meus pés se apressaram a enganar, que Deus me pese em balança justa, e saberá que não tenho culpa! Se os meus passos se desviaram do caminho, se o meu coração foi conduzido pelos meus olhos, ou se as minhas mãos foram contaminadas, que outros comam o que semeei e que as minhas plantações sejam arrancadas pelas raízes! “Se o meu coração foi seduzido por alguma mulher, ou se fiquei à espreita junto à porta do meu próximo, que a minha esposa moa cereal de outro homem e que outros durmam com ela! Pois eu teria cometido um ato vergonhoso, crime merecedor de julgamento. Isso seria como um fogo que consome até a Destruição; teria extirpado a minha colheita. “Se neguei justiça aos meus servos e servas, quando reclamaram contra mim, que farei quando Deus me confrontar? Que responderei quando chamado a prestar contas? Aquele que me fez no interior da minha mãe não os fez também? Não é o mesmo que nos formou no ventre materno? “Se não atendi aos desejos dos pobres, ou se fatiguei os olhos das viúvas, se comi o meu pão sozinho, sem compartilhá‑lo com os órfãos — porque desde a minha juventude os criei como um pai, e desde o nascimento guiei as viúvas; se vi alguém morrendo por falta de roupa, ou um necessitado sem cobertor, e o seu coração não me abençoou porque o aqueci com a lã das minhas ovelhas; se levantei a mão contra os órfãos, ciente da minha influência no tribunal, que o meu braço descaia do ombro e se quebre nas juntas. Pois eu tinha medo de que Deus me destruísse e, temendo o seu esplendor, não podia fazer tais coisas. “Se pus no ouro a minha confiança e disse ao ouro puro: ‘Você é a minha garantia’; se me regozijei por ter grande riqueza, pela fortuna que as minhas mãos obtiveram; se contemplei o sol no seu fulgor e a lua a mover‑se esplêndida, e em segredo o meu coração foi seduzido e a minha mão lhes ofereceu beijos de veneração, estes também seriam pecados merecedores de condenação, pois eu teria sido infiel a Deus, que está nas alturas. “Se a desgraça do meu inimigo me alegrou, ou se os problemas que teve me deram prazer — eu, que nunca deixei a minha boca pecar, lançando maldição sobre ele; se os que moram na minha casa nunca tivessem dito: ‘Quem não se saciou com a comida de Jó?’, porque nenhum estrangeiro teve que passar a noite na rua, pois a minha porta sempre esteve aberta para o viajante; se, como a humanidade, escondi o meu pecado, acobertando no coração a minha culpa, com tanto medo da multidão e do desprezo dos familiares que me calei e não saí de casa… “Ah, se alguém me ouvisse! Eis a assinatura da minha defesa. Que o Todo-poderoso me responda, que o meu acusador faça a denúncia por escrito! Eu bem que a levaria nos ombros e a usaria como coroa. Eu lhe falaria sobre todos os meus passos; a ele me apresentaria como a um comandante. “Se a minha terra se queixar de mim e todos os seus sulcos chorarem; se consumi os seus produtos sem nada pagar, ou se causei desânimo aos seus ocupantes, que me venham espinhos em lugar de trigo e ervas daninhas em lugar de cevada”. Aqui terminam as palavras de Jó.
Jó 31:1-40 Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela? Que porção, pois, teria eu do Deus lá de cima e que herança, do Todo-Poderoso desde as alturas? Acaso, não é a perdição para o iníquo, e o infortúnio, para os que praticam a maldade? Ou não vê Deus os meus caminhos e não conta todos os meus passos? Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano (pese-me Deus em balanças fiéis e conhecerá a minha integridade); se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer mancha, então, semeie eu, e outro coma, e sejam arrancados os renovos do meu campo. Se o meu coração se deixou seduzir por causa de mulher, se andei à espreita à porta do meu próximo, então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. Pois seria isso um crime hediondo, delito à punição de juízes; pois seria fogo que consome até à destruição e desarraigaria toda a minha renda. Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo, então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo ele a causa, que lhe responderia eu? Aquele que me formou no ventre materno não os fez também a eles? Ou não é o mesmo que nos formou na madre? Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; ou, se sozinho comi o meu bocado, e o órfão dele não participou (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como se eu lhe fora o pai, e desde o ventre da minha mãe fui o guia da viúva.); se a alguém vi perecer por falta de roupa e ao necessitado, por não ter coberta; se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com a lã dos meus cordeiros; se eu levantei a mão contra o órfão, por me ver apoiado pelos juízes da porta, então, caia a omoplata do meu ombro, e seja arrancado o meu braço da articulação. Porque o castigo de Deus seria para mim um assombro, e eu não poderia enfrentar a sua majestade. Se no ouro pus a minha esperança ou disse ao ouro fino: em ti confio; se me alegrei por serem grandes os meus bens e por ter a minha mão alcançado muito; se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, que caminhava esplendente, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e beijos lhes atirei com a mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria eu ao Deus lá de cima. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio e se exultei quando o mal o atingiu (Também não deixei pecar a minha boca, pedindo com imprecações a sua morte.); se a gente da minha tenda não disse: Ah! Quem haverá aí que não se saciou de carne provida por ele (O estrangeiro não pernoitava na rua; as minhas portas abria ao viandante.)! Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio; porque eu temia a grande multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, de sorte que me calei e não saí da porta. Tomara eu tivesse quem me ouvisse! Eis aqui a minha defesa assinada! Que o Todo-Poderoso me responda! Que o meu adversário escreva a sua acusação! Por certo que a levaria sobre o meu ombro, atá-la-ia sobre mim como coroa; mostrar-lhe-ia o número dos meus passos; como príncipe me chegaria a ele. Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem; se comi os seus frutos sem tê-la pago devidamente e causei a morte aos seus donos, por trigo me produza cardos, e por cevada, joio. Fim das palavras de Jó.
Jó 31:1-40 Bíblia Sagrada, Nova Versão Transformadora (NVT)
“Fiz uma aliança com meus olhos de não olhar com cobiça para nenhuma jovem. Pois o que Deus, lá de cima, escolheu para nós? Qual é nossa herança do Todo-poderoso, que está lá no alto? Não é calamidade para os perversos e desgraça para os que praticam o mal? Afinal, ele não vê tudo que faço e cada passo que dou? “Se minha conduta foi falsa, e se procurei enganar alguém, que Deus me pese numa balança justa, pois conhecerá minha integridade. Se me desviei de seu caminho, se meu coração cobiçou o que os olhos viram, ou se sou culpado de algum outro pecado, que outros comam o que semeei; que minhas plantações sejam arrancadas pela raiz. “Se meu coração foi seduzido por uma mulher, ou se cobicei a esposa de meu próximo, que minha esposa se torne serva de outro homem; que outros durmam com ela. Pois a cobiça é um pecado vergonhoso, um crime que merece castigo. É fogo que tudo consome, levando à destruição, capaz de destruir tudo que tenho. “Se fui injusto com meus servos e servas quando me apresentaram suas queixas, que farei quando Deus me confrontar? Que direi quando ele me chamar para prestar contas? Pois o mesmo Deus que me criou, também criou meus servos; formou no ventre materno tanto eles como eu. “Acaso me recusei a ajudar os pobres ou acabei com a esperança da viúva? Fui mesquinho com meu alimento e me recusei a compartilhá-lo com os órfãos? Não! Desde a juventude, tenho cuidado dos órfãos como um pai e, por toda a vida, tenho ajudado as viúvas. Sempre que via alguém passar frio por falta de roupa, e o pobre que não tinha o que vestir, acaso eles não me abençoavam por lhes prover roupas de lã para aquecê-los? “Se levantei a mão contra o órfão, certo de que os juízes tomariam meu partido, que meu ombro seja deslocado e meu braço, arrancado da articulação! Seria melhor que enfrentar o castigo de Deus; pois, se a majestade de Deus é contra mim, que esperança resta? “Acaso confiei no dinheiro ou me senti seguro por causa de meu ouro? Acaso me vangloriei de minha riqueza e de tudo que possuo? “Olhei para o sol, que brilha no céu, ou para a lua, que percorre seu resplendor, e, em segredo, meu coração foi seduzido a lhes lançar beijos de adoração? Se o fiz, devo ser castigado pelos juízes, pois significa que neguei o Deus que está lá no alto. “Alguma vez me alegrei com a desgraça de meus inimigos, ou exultei porque lhes aconteceu algum mal? Não, jamais cometi o pecado de amaldiçoar alguém ou de pedir sua morte como vingança. “Meus servos nunca disseram: ‘Ele deixa os outros passar fome’. Nunca deixei o estrangeiro dormir na rua; minha porta sempre esteve aberta para todos. “Acaso procurei encobrir meus pecados, como outros fazem, e esconder a culpa em meu coração? Mantive-me calado e não saí de casa, por medo da multidão ou do desprezo do povo? “Se ao menos alguém me ouvisse! Vejam, aqui está minha defesa assinada. Que o Todo-poderoso me responda; que meu adversário registre sua denúncia por escrito. Eu enfrentaria a acusação de peito aberto e a usaria como coroa. Pois eu diria a Deus exatamente o que tenho feito; compareceria diante dele como um príncipe. “Se a terra protestar contra mim, se todos os seus sulcos clamarem, se roubei suas colheitas, ou se matei seus donos, que cresçam espinhos em lugar de trigo e ervas daninhas em lugar de cevada”.
Jó 31:1-40 Nova Bíblia Viva Português (NBV-P)
“Quando era jovem, fiz um trato com Deus. Nunca olharia para uma mulher com intenções impuras em meu coração; pois se o fizesse, qual seria a porção que eu receberia de Deus lá de cima? Que herança Deus me daria, e como me abençoaria o Todo-poderoso, lá dos céus? Eu sei que Deus tem um castigo reservado para os que vivem em pecado, e desgraça para os que praticam o mal. Afinal, Deus conhece perfeitamente os meus caminhos e conhece todos os meus passos. “Se por acaso eu menti ou tenho sido falso, ou enganei alguém, que Deus me pese em uma balança justa. Ele sabe que não tenho culpa. Se andei fora do caminho, se meu coração desejou com intenções impuras o que meus olhos viram, ou se minhas mãos se contaminaram, desejo que outros comam o que eu plantei, e que as minhas plantações sejam arrancadas pelas raízes. “Se meu coração foi seduzido por uma mulher, ou se fiquei escondido na porta dela, que minha esposa se torne escrava de outro, e que outros durmam com ela. Isso seria um castigo justo para um crime vergonhoso, digno de ser julgado num tribunal. Sim, esse forte desejo sexual é um fogo que arde dentro do homem e pode até destruir sua vida, acabar com tudo que tem. “Se eu fui injusto com meus servos e servas quando reclamavam contra mim, que farei quando Deus me confrontar? O que eu lhe direi quando ele me chamar para prestar contas? Afinal, o mesmo Deus que me criou não os criou também? Não foi ele que deu vida tanto a mim como a eles? “Se explorei os pobres, guardando o alimento para vender mais caro na época do preço alto, se fiz viúvas chorarem, se comi meu pão sozinho sem compartilhá-lo com o órfão, — a verdade é que desde a minha mocidade eu cuidei do órfão como se fosse seu pai e desde o nascimento ajudei a viúva — se vi alguém morrendo de frio por falta de agasalho, ou um necessitado que não tinha com que se cobrir, se o pobre não me abençoou porque não aqueceu as suas costas com a lã das minhas ovelhas, e se levantei a mão contra o órfão por ser amigo das autoridades no tribunal, então quero que meu ombro se desloque, meu braço saia do lugar e assim eu fique aleijado para sempre. Isso ainda seria melhor do que enfrentar o julgamento divino, pois eu não seria capaz de enfrentar a grandeza e o poder de Deus. “Se eu coloquei minha esperança no ouro e disse ao ouro puro: Você é a minha garantia, se me considerei seguro por ter grande riqueza, e por minhas mãos ter ganho muito, se olhei para o sol quando resplandecia ou para a lua, quando se movia gloriosa, e me deixei enganar em segredo, adorando um ou outro, e jogando beijos com a mão para o céu, isso também seria julgado como pecado, merecedor de condenação, porque eu estaria sendo infiel a Deus, que está nas alturas. “Se eu me alegrei com a desgraça do meu inimigo, ou se os seus problemas me deram prazer, — coisa que eu absolutamente nunca fiz, lançando maldição sobre ele — se os que moram em minha casa nunca disseram: ‘Quem não se fartou de carne provida por Jó?’ — nenhum estrangeiro passou a noite na rua, pois a minha porta sempre esteve aberta ao viajante — se escondi o meu pecado como outros fazem, tentando esconder de Deus a minha culpa, e por ter medo de ser descoberto pelos vizinhos e ser desprezado pelos familiares, me calei e não saí de casa … “Ah, quem dera que alguém se importasse em me ouvir! Eis a minha defesa. Que o Todo-poderoso me responda; que o meu adversário escreva a sua acusação; certamente a levaria sobre os meus ombros, e a usaria como coroa. Então eu diria a Deus tudo o que fiz, com a dignidade que eu tinha antes e perdi. “Se a minha terra se queixar contra mim e os seus sulcos se molharem de lágrimas, se comi dos seus frutos sem nada pagar, ou se causei morte aos seus donos, que ela passe a produzir espinhos em lugar de trigo e ervas daninhas em lugar de cevada”. Assim, Jó terminou a sua defesa.
Jó 31:1-40 Nova Almeida Atualizada (NAA)
“Fiz uma aliança com os meus olhos: de não olhar para uma virgem. Do contrário, qual seria a minha porção do Deus lá de cima, e que herança receberia do Todo-Poderoso desde as alturas? Por acaso, não é a perdição para o ímpio, e a desgraça para os que praticam a maldade? Será que Deus não vê os meus caminhos e não conta todos os meus passos? Se andei com falsidade ou se o meu pé se apressou para o engano — que Deus me pese numa balança justa e conhecerá a minha integridade!” “Se os meus passos se desviaram do caminho, se o meu coração segue os meus olhos, e se alguma mancha se apegou às minhas mãos, então que outros comam o que eu semeei, e que seja arrancado o que se produz no meu campo. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, se fiquei rondando a porta do meu próximo, então que a minha mulher moa os cereais para outro homem, e que outros se deitem com ela. Pois eu teria cometido um crime hediondo, um delito a ser punido pelos juízes. Isso seria fogo que consome até a destruição e arrancaria toda a minha colheita pela raiz.” “Se não reconheci o direito do meu servo ou da minha serva quando eles reclamavam contra mim, então que faria eu quando Deus se levantasse no tribunal? E, se ele me interrogasse, que lhe responderia eu? Aquele que me formou no ventre de minha mãe não os fez também a eles? Ou não é o mesmo Deus que nos formou no ventre materno?” “Se retive o que os pobres desejavam ou deixei que os olhos das viúvas esperassem em vão; ou, se sozinho comi o meu bocado, sem reparti-lo com os órfãos — porque desde a minha mocidade eu os criei como se fosse pai deles, durante toda a minha vida fui o guia das viúvas —; se vi alguém perecer por falta de roupa ou notava que o necessitado não tinha com que se cobrir; se ele não me agradeceu do fundo do coração, quando se aquecia com a lã dos meus cordeiros; se eu levantei a mão contra o órfão, sabendo que eu tinha o apoio dos juízes, então que a omoplata caia do meu ombro, e que o meu braço seja arrancado da articulação. Porque o castigo de Deus seria para mim um assombro, e eu não poderia enfrentar a sua majestade.” “Se no ouro pus a minha esperança ou se eu disse ao ouro fino: ‘Você é a minha garantia’; se me alegrei por ser grande a minha riqueza e por ter a minha mão alcançado muito; se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, que caminhava em seu esplendor, e o meu coração se deixou seduzir em segredo, e eu lhes atirei beijos com a mão, também isto seria um delito a ser punido pelos juízes, pois eu teria negado a Deus, que está lá em cima.” “Se me alegrei com a desgraça do que me odeia e se exultei quando o mal o atingiu — eu que não deixei a minha boca pecar, rogando praga para que morresse —; se as pessoas que moram na minha tenda não disseram: ‘Quem nos dera encontrar alguém que não se saciou da carne provida por ele’ — pois o estrangeiro não pernoitava na rua; as minhas portas estavam sempre abertas para os viajantes! —; se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando a minha iniquidade em meu íntimo, porque eu tinha medo da grande multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, fazendo com que eu me calasse e não saísse da porta…” “Quem dera que eu tivesse quem me ouvisse! Eis aqui a minha defesa assinada! Que o Todo-Poderoso me responda! Que o meu adversário escreva a sua acusação! Por certo que a levaria sobre o meu ombro, e a poria sobre mim como se fosse uma coroa. Eu lhe mostraria o número dos meus passos; como príncipe eu me aproximaria dele.” “Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus sulcos juntamente chorarem; se comi os seus frutos sem pagar ou se causei a morte aos seus donos, que ela produza espinhos em vez de trigo, e joio em lugar de cevada.”
Jó 31:1-40 Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH)
“Eu jurei que os meus olhos nunca haveriam de cobiçar uma virgem. Se eu tivesse quebrado o juramento, que recompensa Deus me daria, e como é que lá dos céus o Todo-Poderoso me abençoaria? Pois Deus manda a infelicidade e a desgraça para aqueles que só fazem o mal. Deus sabe tudo o que eu faço; ele vê cada passo que dou. “Juro que não tenho sido falso e que nunca procurei enganar os outros. Que Deus me pese numa balança justa e ele ficará convencido de que sou inocente! “Se por acaso me desviei do caminho certo, se o meu coração foi levado pela cobiça dos olhos, se pequei, ficando com qualquer coisa que pertence a outra pessoa, então que outros comam o que eu semeei, ou que as minhas plantações sejam destruídas. Se o meu coração alguma vez foi seduzido pela mulher do meu vizinho, e se fiquei escondido, espiando a porta da casa dela, então que a minha mulher se torne escrava de outro, e que outros durmam com ela. Se eu tivesse cometido esse crime horrível, o tribunal deveria me condenar. Esse pecado seria como um incêndio terrível, infernal, que destruiria tudo o que tenho. “Quando um empregado ou empregada reclamava contra mim, eu resolvia o assunto com justiça. Se eu não tivesse agido assim, que faria quando Deus me julgasse? Que responderia, quando ele pedisse conta dos meus atos? Pois o mesmo Deus que me criou, criou também os meus empregados; ele deu a vida tanto a mim como a eles. “Nunca deixei de ajudar os pobres, nem permiti que as viúvas chorassem de desespero. Nunca tomei sozinho as minhas refeições, mas sempre reparti a minha comida com os órfãos. Eu os tratava como se fosse pai deles e sempre protegi as viúvas. Quando via alguém morrendo de frio por falta de roupa ou notava algum pobre que não tinha com que se cobrir, eu lhe dava roupas quentes, feitas com a lã das minhas próprias ovelhas, e ele me agradecia do fundo do coração. Se alguma vez fui violento com um órfão, sabendo que eu tinha o apoio dos juízes, então que os meus braços sejam quebrados, que sejam arrancados dos meus ombros. Eu nunca faria nenhuma dessas coisas, pois tenho pavor do castigo de Deus e não poderia enfrentar a sua presença gloriosa. “Jamais confiei no ouro; ele nunca foi a base da minha segurança. Nunca me orgulhei de ter muitas riquezas, nem de ganhar muito dinheiro. Tenho visto o sol brilhar e a lua caminhar em toda a sua beleza, porém nunca os adorei, nem em segredo, e não lhes atirei beijos com a mão. Se tivesse cometido esse terrível pecado, eu teria sido infiel a Deus, que está lá em cima, e o tribunal deveria me condenar. “Jamais me alegrei com o sofrimento dos meus inimigos, nem fiquei contente se lhes acontecia alguma desgraça. E nunca fiz uma oração pedindo a Deus que matasse algum deles. “Os empregados que trabalham para mim sabem que os meus convidados comem à vontade, do bom e do melhor. Nunca deixei um estrangeiro dormir na rua; os viajantes sempre se hospedaram na minha casa. Jamais procurei encobrir as minhas faltas, como fazem algumas pessoas, nem escondi no coração os meus pecados. Nunca tive medo daquilo que os outros poderiam dizer; não fiquei dentro de casa, calado, com receio de que zombassem de mim. “Como gostaria que alguém me ouvisse! Aqui eu termino e assino a minha defesa; que o Todo-Poderoso me responda! Que o meu Adversário escreva a acusação, e, com orgulho, eu a carregarei no ombro e a porei na cabeça como se fosse uma coroa! Darei conta a Deus de todos os meus atos e na presença dele ficarei de cabeça erguida. “As minhas terras nunca choraram, nem gritaram ao céu contra mim. Pois, se comi os seus frutos, sempre paguei os trabalhadores como devia e jamais deixei que morressem de fome. Se não estou dizendo a verdade, então que nas minhas terras cresçam espinhos em vez de trigo e mato em vez de cevada.”
Jó 31:1-40 Almeida Revista e Corrigida (ARC)
Fiz concerto com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? Porque qual seria a parte de Deus vinda de cima, ou a herança do Todo-Poderoso desde as alturas? Porventura, não é a perdição para o perverso, e o desastre, para os que praticam iniquidade? Ou não vê ele os meus caminhos e não conta todos os meus passos? Se andei com vaidade, e se o meu pé se apressou para o engano (pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade); se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou alguma coisa, então, semeie eu, e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz. Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu andei rondando à porta do meu próximo, então, moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela. Porque isso seria uma infâmia e delito, pertencente aos juízes. Porque é fogo que consome até à perdição e desarraigaria toda a minha renda. Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo, então, que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia? Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre? Se retive o que os pobres desejavam ou fiz desfalecer os olhos da viúva; ou sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele (porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e o guiei desde o ventre da minha mãe); se a alguém vi perecer por falta de veste e, ao necessitado, por não ter coberta; se os seus lombos me não abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros; se eu levantei a mão contra o órfão, porque na porta via a minha ajuda, então, caia do ombro a minha espádua, e quebre-se o meu braço desde o osso. Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza. Se no ouro pus a minha esperança ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; se me alegrei de que era muita a minha fazenda e de que a minha mão tinha alcançado muito; se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa; e o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também isto seria delito pertencente ao juiz; pois assim negaria a Deus, que está em cima. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se eu exultei quando o mal o achou (também não deixei pecar o meu paladar, desejando a sua morte com maldição); se a gente da minha tenda não disse: Ah! Quem se não terá saciado com a sua carne! O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio, trema eu perante uma grande multidão, e o desprezo das famílias me apavore, e eu me cale, e não saia da porta. Ah! Quem me dera um que me ouvisse! Eis que o meu intento é que o Todo-Poderoso me responda e que o meu adversário escreva um livro. Por certo que o levaria sobre o meu ombro, sobre mim o ataria como coroa. O número dos meus passos lhe mostraria; como príncipe me chegaria a ele. Se a minha terra clamar contra mim, e se os seus regos juntamente chorarem; se comi a sua novidade sem dinheiro e sufoquei a alma dos seus donos, por trigo me produza cardos, e por cevada, joio. Acabaram-se as palavras de Jó.