Três dias depois José voltou a falar com eles: “Vou dar uma oportunidade a vocês para salvarem a vida, pois temo a Deus. Se vocês são homens honestos, deixem um dos seus irmãos aqui na prisão, enquanto os outros vão levar os mantimentos para matar a fome dos seus familiares. Depois, tragam-me o irmão mais novo de vocês. Assim vocês provarão que estão dizendo a verdade e não serão mortos”. Eles concordaram.
Então disseram uns aos outros: “Na verdade, somos culpados e estamos sofrendo por aquilo que fizemos a nosso irmão. Vimos a sua aflição, quando suplicava para que tivéssemos pena dele, mas não lhe demos ouvidos. Por isso estamos passando por esta angústia”.
Rúben respondeu: “Eu não lhes disse que não maltratassem o menino? Mas vocês não quiseram me ouvir. Pois agora teremos de prestar contas do sangue dele”.
Eles, porém, não desconfiavam que José podia compreendê-los, porque ele falava por meio de um intérprete.
José se retirou e começou a chorar; depois voltou para falar de novo com eles, e algemou Simeão diante deles.
José deu ordens para que enchessem de cereal os sacos e mandou devolver o pagamento de cada um deles, colocando o dinheiro dentro dos sacos. Além disso, mandou preparar mantimentos para a viagem deles. E assim foi feito. Eles puseram os sacos de cereal sobre os lombos dos jumentos e partiram.
Quando estavam alojados num lugar para pernoitar, um deles foi dar de comer ao seu jumento. Ao abrir o saco, viu o dinheiro. Então disse aos irmãos: “Devolveram o meu dinheiro! Encontrei-o na boca do saco”.
Todos ficaram assustados e, cheios de medo, disseram uns aos outros: “O que Deus fez conosco?”
Quando chegaram à casa de seu pai Jacó, na terra de Canaã, contaram ao pai tudo o que tinha acontecido, dizendo: “O governador do Egito falou de forma áspera conosco e nos tratou como se fôssemos espiões. Mas nós dissemos: ‘Somos homens honestos, e não espiões. Somos doze irmãos por parte de pai. Um não existe mais, e o mais novo está com nosso pai na terra de Canaã’.
“Mas aquele homem que governa aquela terra respondeu: ‘Só há um modo de vocês provarem que são honestos. Um dos irmãos ficará detido aqui. Os outros podem voltar para casa, levando o mantimento para matar a fome das famílias de vocês. Depois, tragam-me o seu irmão mais novo, para que fique provado que vocês não são espiões, mas sim homens honestos. Então soltarei o seu irmão, e vocês poderão negociar nesta terra’ ”.
Ao esvaziarem os sacos de cereais, perceberam que em cada saco estava o dinheiro, amarrado em saquinhos. Quando eles e o pai viram os saquinhos com o dinheiro, ficaram com muito medo. Então disse-lhes seu pai Jacó: “Vocês estão tirando os filhos de mim. José já não existe mais, e Simeão não está aqui. E agora querem levar Benjamim! Quanto sofrimento!”
Então Rúben disse ao pai: “Pode matar os meus dois filhos se eu não o trouxer de volta. Deixe Benjamim aos meus cuidados, e eu o trarei de volta”.
Ele, porém, respondeu: “Meu filho não descerá com vocês. O seu irmão morreu, e ele é o único que me resta. Se acontecer algum mal na viagem, vocês me matariam de tristeza”.