Uma vez que todos alcançaram a terra com vida, logo descobrimos que estávamos na ilha de Malta. O povo da ilha foi muito bondoso conosco, e fez uma fogueira na praia para nos aquecer do frio e da chuva. Enquanto Paulo estava juntando uma braçada de gravetos para pôr no fogo, uma cobra venenosa, que fugia do calor, prendeu-se na mão dele! O povo da ilha viu a cobra pendurada na mão de Paulo e diziam uns aos outros: “Sem dúvida ele é um assassino! Embora escapasse do mar, a Justiça não permite que ele viva!” Mas Paulo sacudiu a cobra no fogo e não sofreu nenhum dano. O povo esperava que ele começasse a inchar ou caísse morto de repente; mas, depois que esperaram muito tempo e não aconteceu nada, mudaram de opinião e concluíram que ele era um deus.
Perto da praia onde descemos havia uma fazenda de propriedade de Públio, o homem principal da ilha. Ele nos recebeu em sua casa e nos deu comida durante três dias. O pai de Públio estava doente de febre e disenteria. Paulo entrou para vê-lo e orou por ele, impôs as mãos sobre sua cabeça, e ele foi curado! Então todos os outros doentes da ilha, sabendo do milagre, vieram e foram curados. Como resultado ganhamos muitos presentes, e quando chegou o tempo de partirmos, o povo pôs a bordo toda espécie de suprimentos que precisávamos para a viagem.
Passaram-se três meses depois do naufrágio, antes de nos fazermos ao mar novamente, e desta vez fomos no navio que tinha na proa a figura dos deuses gêmeos Cástor e Pólux, um navio que vinha de Alexandria e tinha passado o inverno na ilha. Nossa primeira escala foi em Siracusa, onde permanecemos três dias. Dali rodeamos até Régio; um dia depois um vento sul começou a soprar, e, por isso, no dia seguinte chegamos a Potéoli, onde encontramos alguns irmãos! Eles nos convidaram para que ficássemos com eles uma semana. Depois navegamos para Roma. Os irmãos de Roma tinham sabido que estávamos chegando e vieram encontrar-se conosco no fórum da via Ápia. Outros se reuniram a nós nas Três Vendas. Quando Paulo os viu, deu graças a Deus e sentiu-se animado.
Ao chegarmos a Roma, Paulo teve permissão para morar onde quisesse, embora sob a custódia de um soldado.