Ah! Meu coração! Meu coração!
Eu me contorço em dores.
Oh! As paredes do meu coração!
Meu coração se agita!
Não posso ficar calado,
porque ouvi o som da trombeta
e os gritos de guerra.
Golpe sobre golpe se anuncia,
pois a terra toda já está destruída;
de repente, foram destruídas
as minhas tendas;
num momento, foram rasgadas
as suas lonas.
Até quando terei de ver
o estandarte do inimigo,
terei de ouvir o som da trombeta?
“O meu povo é insensato;
eles não me conhecem.
São filhos tolos;
eles não têm entendimento.
São sábios para o mal
e não sabem fazer o bem.”
Olhei para a terra,
e eis que ela estava
sem forma e vazia;
olhei para os céus,
e eles não tinham luz.
Olhei para os montes,
e eis que tremiam;
e todas as colinas estremeciam.
Olhei, e eis que
não havia ninguém,
e todas as aves dos céus
haviam fugido.
Olhei ainda, e eis que
a terra fértil era um deserto,
e todas as suas cidades
estavam derrubadas em ruínas
diante do SENHOR,
diante do furor da sua ira.
Pois assim diz o SENHOR:
“Toda a terra será devastada,
porém não vou destruí-la
completamente.”
“Por isso, a terra pranteará,
e os céus, lá em cima, escurecerão;
porque falei, resolvi,
não mudo de ideia
nem volto atrás.”
“Ao clamor dos cavaleiros
e dos flecheiros,
todas as cidades fogem;
entram pelas selvas
e sobem pelos penhascos;
todas as cidades
ficam abandonadas,
e já ninguém habita nelas.
E você, cidade destruída,
por que está fazendo isso?
Por que se veste de escarlate,
se enfeita com joias de ouro
e se pinta em volta dos olhos,
se é em vão que você se embeleza?
Os seus amantes a desprezam
e querem matá-la.
Porque ouço um grito
como de parturiente,
uma angústia como da mulher
que está dando à luz
o seu primeiro filho.
É o grito da filha de Sião, ofegante,
que estende as mãos, dizendo:
‘Ai de mim agora!
Porque a minha alma desfalece
diante dos assassinos.’”