Líderes como Cristo: Guiados pelo Espírito

Mateus 4, desde o primeiro versículo, ensina-nos uma lição verdadeiramente significativa de liderança como a de Cristo. Assim que Jesus recebe a bênção do Pai, confirmando a sua identidade como Filho muitíssimo amado, somos informados de que Ele “foi levado pelo Espírito ao deserto”.

Desde o início do ministério público de Jesus, observamos um paradoxo. Jesus, o maior líder que já existiu, permitiu ser liderado. Ao iniciar o movimento mais influente da história humana, Jesus estava, de facto, sendo guiado pelo Espírito de Deus.

Da mesma forma, aqueles que procuram ser líderes como Cristo precisam de aprender a render-se à liderança do Espírito. Isso pode ser difícil, pois muitas vezes, ser guiado pelo Espírito significa contrariar a nossa própria vontade. Observe, por exemplo, para onde o Espírito estava a conduzir Jesus: “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”.

O encontro entre Jesus e Satanás não foi por acaso. Não foi algum tipo de coincidência ou casualidade; tampouco Jesus foi vítima dos esquemas espetaculares do diabo. As tentações que Jesus enfrentou foram o resultado da vontade de Deus.

Porque é que Deus faria isso? Qual o propósito de legitimar com tanta paixão a identidade de Jesus como o seu Filho, deleitar-Se n'Ele de forma tão poderosa e, em seguida, enviá-Lo ao deserto para ser tentado pelo diabo?

A experiência de Jesus no deserto é um paralelo intencional à experiência dos israelitas no deserto registrada em Êxodo:

• Deus identificou ambos como o Seu próprio povo.
• Deus declarou o Seu amor a ambos.
• Deus conduziu ambos para o deserto.
• Ambos enfrentaram a fome.
• Ambos enfrentaram os animais selvagens.
• Ambos enfrentaram a tentação de se afastar de Deus.
• Jesus passou 40 dias e os israelitas passaram 40 anos no deserto.

A diferença é que nenhuma das gerações de Moisés superou com sucesso as tentações, mas Jesus saiu vitorioso do deserto.

Deus levou Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo a fim de que, por meio da experiência no deserto, Jesus provasse ser o verdadeiro Adão e o legítimo herdeiro do título de “Filho de Deus”.

O Espírito Santo não levou Jesus ao deserto para deixá-Lo ali, mas continuou a guiá-Lo durante toda a experiência, ajudando-O a vencer as tentações da carne e do diabo.

Se procuramos ser líderes como Cristo, então precisamos de entrar no paradoxo do estilo de liderança de Jesus – liderar em obediência, mesmo quando isso faz pouco sentido.

O Movimento de Lausanne encomendou ao artista Bryn Gillette um quadro que representasse o conceito de “líderes como Cristo para cada igreja e setor”. Assim que concluir as leituras bíblicas de hoje, reserve um tempo para meditar sobre a pintura. Imagine-se em cada setor da sociedade onde houvesse homens e mulheres alicerçados no amor do Pai e na liderança do Espírito.