Verdades Básicas: A CarneExemplo

O Conflito da Carne com o Espírito Regenerado

Com o novo nascimento, o espírito do homem é regenerado, recebe uma nova natureza, a do Espírito, e o conflito com a carne inicia-se. Em Gálatas 2:19-20 (BPT09) o apóstolo Paulo diz: "Morri no que respeita à lei. Foi a mesma lei que me fez morrer para eu viver para Deus. Estou crucificado com Cristo. Por isso, já não sou eu que vivo; é Cristo que vive em mim. E a minha vida presente vivo-a por meio da fé no Filho de Deus que me amou e deu a sua vida por mim."

A carne, como natureza caída do homem, consequência do pecado, tem vontade própria, propósito, armas próprias, satisfação, sabedoria; ela julga, gloria-se e manifesta-se de muitas formas.

Há um conflito entre a carne e o espírito, que nos leva ao questionamento de termos ou não duas naturezas, uma vez que fazemos o que não queremos e, o que queremos, não fazemos. (Romanos 7:17-20)

Quem está a querer e quem está a fazer? Só uma pessoa nascida de novo consegue entender esse conflito, essa luta interna. Quem está a querer é o seu espírito regenerado, que se deleita na lei de Deus. Quem está a fazer é a carne, onde não habita bem algum. Alguns chegam a dizer que temos mesmo duas naturezas e até que o pecado é algo da natureza de Satanás que entrou no homem. Essa questão de se ter duas naturezas apresenta o perigo de se considerar que, quando eu faço algo errado, não sou eu que estou a fazer, mas sim o pecado. O ponto não é que nós temos a natureza da carne ou do pecado, mas sim que nós somos a carne.

O conflito entre a carne e o espírito é bem real e devemo-nos perguntar se ele se origina de duas naturezas ou de um relacionamento incorreto com Deus. Uma vez que, se tivermos uma relação correta com Deus, o espírito vai dominar e libertar-nos, não eliminando esta chamada natureza da carne, mas fazendo com que o espírito sempre prevaleça.

Defender que podemos ter uma natureza totalmente sem pecado é uma heresia. Colocar toda a culpa dos nossos pecados numa outra natureza e aproxima-se de outra, e temos que ter cuidado com tudo que vai além do que está escrito na palavra de Deus. Não podemos culpar a carne pelos nossos pecados, como se a carne fosse outra coisa, pois somos, nós mesmos, os responsáveis pelas nossas escolhas, o que, no todo da palavra de Deus, é bastante claro. Se isto estiver mesmo claro, não cairá no erro de justificar o pecado pela natureza da carne. A proposição das duas naturezas pode até ser aceita sem maiores problemas.

Porque é que o seu espírito tem prazer na lei de Deus e quer fazer o bem? Porque ele é regenerado, porque ele tem a vida de Deus dentro dele. Ele tem prazer nas coisas de Deus. Mas a regeneração do nosso espírito não altera, de forma imediata, a nossa alma, que somos nós mesmos, como pessoas, ainda responsáveis pelas nossas escolhas.

Antes de nos submetermos ao Senhorio de Cristo a nossa velha natureza não nos permitia optar, mas agora podemos escolher. Qual tem sido a nossa escolha?