20/20: A Visão de Deus Para a Minha VidaExemplo

Simples

De Cheri Cochran

"Reparem no que vos digo: se não se transformarem e não se fizerem como crianças, garanto-vos que não entram no reino dos céus. Por isso, aquele que se tornar simples como esta criança será o mais importante no reino dos céus." Mateus 18:3-4

Eu não tinha ideia do que ele estava a fazer, mas com certeza parecia uma confusão para mim. Era um dia depois do Natal de 2004 e o meu filho de seis anos, Drew, estava no chão da sala a arrumar cuidadosamente cada animal de peluche que possuía. Estávamos a ver a cobertura na TV do tsunami na Tailândia e as suas imagens alucinantes de destruição quando Drew de repente se retirou para o seu quarto, juntou o seu rebanho fofo e agora mandava-os para o tapete.

"Drew, o que estás a fazer?"

“Vês aquelas pessoas na TV, mãe? Muitas daquelas crianças não têm mais mamã e papá, e eu quero enviar todos os meus animais para que se sintam melhor.” O meu coração quase explodiu.

Menos de um ano depois, assistimos novamente, horrorizados com a cena que vimos a desenrolar-se na Costa do Golfo após o furacão Katrina. Embora eles tivessem visto apenas uma fração da cobertura dos média, foi o suficiente para o Drew, agora com sete anos, e a nossa filha Lindsay, que tinha cinco, entrarem em ação. Eles planearam fazer bolachas e vendê-las aos nossos vizinhos para arrecadar dinheiro para as vítimas do Katrina que estavam abrigadas em Atlanta. Então nós fizemos.

Todo o processo de pensamento do Drew e da Lindsay era apenas "ajudar as pessoas que estão a sofrer."

Simples. Descomplicado. Infantil.

Aprendi uma lição com os meus filhos. Com o tempo, permiti que servir Deus servindo os outros se tornasse muito complicado. Nós, adultos, temos a tendência de fazer isso, não é? Certa amiga uma vez comentou que ela tinha a capacidade de “complicar o simples”. Isto é engraçado, mas, infelizmente, é verdade para muitos de nós. A história humana reflete que a maioria das ideias, projetos, produtos e programas que começam simples tornam-se muito mais complicados com o tempo.

Isto também era verdade nos dias de Jesus. Os fariseus criaram um sistema complicado de adoração com inúmeras regras e regulamentos para a "justiça". Mas em Mateus 18, Jesus trouxe tudo de volta ao básico com uma analogia simples: Devemos tornar-nos como uma criança para entrar no reino dos céus. A salvação é baseada em ter uma fé simples em Jesus e com um coração humilde - como uma criança - acreditando e confiando que Ele fará o que nós não podemos. Esse tipo de fé agrada a Deus.

Deus quer que O sirvamos ajudando outros com a mesma fé humilde, baseada na graça e descomplicada - o tipo que os meus filhos tinham. Os meus filhos não estavam preocupados com a "pequenez" do seu serviço à luz da necessidade avassaladora. Eles não mediram os seus recursos com os de outras pessoas. Nunca lhes passou pela cabeça que esse não fosse um “dom” deles ou que não tivessem experiência em ajudar dessa forma. Eles não compararam os seus esforços com os de ninguém. E eles não foram compelidos pela culpa. Foi a verdadeira compaixão que os moveu à ação. Humilde. Descomplicado. Simples.

A história de Jesus a alimentar 5.000 homens, mais mulheres e crianças está registada no sexto capítulo de João. Não era um tsunami ou um furacão, mas havia muitas pessoas famintas sem serviço de bufê disponível ou "drive-thru" local nas proximidades. Apesar da necessidade óbvia de ajuda, apenas um menino - uma criança - saiu para oferecer o pouco que tinha. 

Quando o discípulo André viu o que o menino tinha, ele expressou sérias dúvidas sobre o valor da oferta, dizendo: "Aqui está um menino com cinco pequenos pães de cevada e dois peixes pequenos. Mas o que é isto para tanta gente?” Mas Jesus usou o simples ato de serviço daquele menino para prover milagrosamente para a massa de pessoas.

Aquela criança não poderia ser a única pessoa na multidão que tinha comida com ela. Havia muitas mães naquele dia - e mães têm sempre um lanche escondido nalgum sítio - mas elas não se ofereceram para ajudar. Talvez os próprios pais do menino o tenham desencorajado, pensando que ele só pareceria um idiota por oferecer uma quantia tão pequena numa situação tão grande. Mas a fé infantil do menino, a sua simples inocência na hora de necessidade, impeliu-o a servir aos outros com o que tinha. E Jesus fez o que ninguém mais fez com o seu presente. Ele fez o impossível e alimentou uma multidão de milhares com uma pequena refeição de cinco pães e dois peixes.

Quantas vezes eu desisti de servir porque a necessidade era grande, o meu tempo era limitado, os meus recursos eram pequenos ou a minha experiência era mínima? Quantas vezes depreciamos o que Deus pode querer fazer por meio de nós porque “outra pessoa poderia fazer melhor”? Porque o que tínhamos não parecia muito a oferecer?

1 Pedro 4:10 encoraja cada um de nós a "usar qualquer dom que recebeu para servir os outros, como mordomos fiéis da graça de Deus nas suas várias formas." A graça de Deus opera através de nós quando amamos os outros e estamos dispostos a ajudar com "qualquer presente" que tenhamos. A graça de Deus opera quando colocamos o nosso tempo, talento e recursos disponíveis para ajudar outros com uma fé infantil que confia n'Ele para fazer o que não podemos. Fé simples, oferta simples, serviço simples.

O que move o seu coração com compaixão? O que pode fazer para ajudar alguém? Uma refeição caseira? Um ombro onde chorar? Poderia oferecer uma receção calorosa na porta da sua igreja? Liderar uma aula? Um pequeno grupo? Levar alguém ao médico? Escrever uma nota de incentivo? O que pode fazer para ajudar as pessoas que estão a sofrer?

Por meio do serviço compassivo dos meus filhos, vi a graça de Deus em ação. Serviço infantil…é simples assim.

Dê o que tem…a alguém, pode ser melhor do que pensa.
~ Henry Wadsworth Longfellow

Versículo para Memorizar

Cada um, como bom administrador dos bens de Deus, ponha à disposição dos outros a graça que dele recebeu. 1 Pedro 4:10