Verdades Básicas: MordomiaExemplo

Dízimos, Impostos e Tributos


Os dízimos eram praticados por vários povos antigos. Na lei de Israel, aplicavam-se à semente da terra e ao rebanho, sendo muitas vezes cobrados como impostos e controlados pelos reis.

Os dízimos representavam, também, o reconhecimento de que a terra era do Senhor e era praticado mesmo antes da lei.

Na igreja, a cobrança do dízimo foi iniciada no século 4; alguns pais da igreja, como Irineu, condenavam esta cobrança e a igreja do oriente não a aceitou. Ele foi se impondo pelo crescimento da obra dos nicolaítas (clericalismo), pelo aumento das despesas e da vinculação da igreja ao estado, tendo sido sancionado no concílio de Latrão (1123 e 1129).

Na idade média, eles eram muitas vezes transferidos e negociados por soberanos católicos e os dizimeiros se comportavam de forma semelhante aos publicanos. A reforma protestante parece não ter dado muita atenção ao dízimo, permanecendo, até hoje, uma certa ambiguidade em relação a ele.

No ensino, há uma ênfase em Malaquias 3; 8-11 com uma ideia de confronto e teste de nossa fidelidade ou de liberação de bênçãos, muito próxima de uma visão legalista judaica em relação ao primeiro dízimo ou dízimo dos levitas. No contexto da lei, o pagamento dos dízimos era uma obrigação, cujo não cumprimento conduzia à maldição e o pagamento, à benção.

Deus é soberano sobre todas as coisas e, por sua misericórdia e providência, nosso trabalho é abençoado e frutifica. A satisfação do trabalho realizado é expressada em alegria pela suficiência, na certeza de que o que recebemos é bastante para dar. O novo testamento ignora o dízimo como prática válida no contexto da igreja, mencionando-o, apenas, no contexto judaico e em relação à hipocrisia no cumprimento externo, ou como princípio anterior à lei (e os princípios espirituais sempre permanecem). Isto não significa que a prática do dízimo não possa ser adotada como prática válida por decisão de cada igreja local em nome do Senhor, o que deve ficar bem claro.

Contudo, a igreja deve ir muito além de uma prática de cumprir apenas o que a lei determinava, principalmente quando tal prática estiver apenas associada à manutenção de estruturas clericais ou de patrimônio e de sustento da obra.

O padrão adotado pela igreja no novo testamento, sob direção do Espírito Santo e não sob mandamento, correspondia a uma consagração integral, com contribuição de 100% para o reino de Deus, o que não pode ser generalizado, ou ensinado nos dias de hoje, após tantos séculos de religiosidade, obrigação cumprida pela entrega do dízimo e, mais recentemente, ênfase no evangelho da “prosperidade”, como se existisse outro evangelho. Em relação a impostos e tributos estabelecidos pelas autoridades constituídas, permanece a obrigação de pagamento assim como o apóstolo Paulo escreve em sua carta aos cristãos em Roma instruindo que todos deviam pagar tributos, porque são ministros de Deus, e tinham que dar testemunho disso. Portanto, cada um deveria dar o que fosse, a quem era de direito: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.

Esta mensagem não era para aquela época, a Palavra do Senhor é atual e dura para sempre. Que não sejamos resistentes ao ensino do Espirito Santo, colocando nossos recursos na frente do nosso Senhor.