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GÉNESIS 24:1-67

GÉNESIS 24:1-67 O Livro (OL)

Abraão era agora já muito idoso e o SENHOR o tinha abençoado em tudo. Um dia, mandou chamar o encarregado da administração da sua casa que era quem há mais tempo trabalhava para ele. “Põe a tua mão debaixo de mim e jura-me solenemente pelo SENHOR, o Deus do céu e da Terra, que não deixarás que o meu filho se case com uma das raparigas desta terra em que habito, mas que irás à minha terra de origem e lá procurarás uma mulher para ele entre os meus parentes.” “Supõe que eu não consigo encontrar uma moça que esteja disposta a vir de tão longe? Deverei, se assim acontecer, fazer voltar o teu filho para lá, para viver com os seus familiares?” “Não! Nunca faças tal coisa! Porque o SENHOR, o Deus dos céus, disse-me que deixasse essa terra e o meu povo, e prometeu que me daria esta terra, a mim e aos meus descendentes. Ele enviará o seu anjo à tua frente e fará que encontres ali uma rapariga para mulher do meu filho. Se ela não quiser vir, ficarás livre deste juramento. Mas em caso nenhum farás com que o meu filho volte para lá.” Então o mordomo, administrador da fazenda de Abraão, colocou a mão debaixo da coxa de Abraão, para significar solenemente que seguiria à risca todas as suas instruções. Preparou dez dos camelos do seu patrão, carregou-os com amostras do que de melhor havia na casa de Abraão, porque tudo estava nas suas mãos, e partiu para a Mesopotâmia, para a localidade em que vivia Naor. Quando ali chegou fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto de uma fonte. Era o final da tarde, altura em que as moças da povoação vinham tirar água. “Ó SENHOR, tu que és o Deus do meu patrão Abraão”, orou ele, “mostra agora a tua bondade para com ele, ajudando-me a alcançar o objetivo para o qual aqui venho. Como vês, eu estou aqui ao pé desta fonte, enquanto as raparigas da localidade vêm buscar água. O pedido que te faço é que quando pedir a uma delas que me dê de beber, se ela disser, ‘Sim, com certeza; e posso até tirar também água para os teus camelos!’, que seja essa a que tu designaste como mulher de Isaque. Assim, ficarei a saber que estás a agir com bondade para com Abraão.” Enquanto estava a orar sobre isto, chegou-se uma rapariga muito formosa chamada Rebeca, filha de Betuel, com o seu cântaro de água sobre o ombro. Betuel era filho de Milca e de Naor, irmão de Abraão. Ele apressou-se a ir ao seu encontro e pediu que lhe desse a beber um pouco de água do seu cântaro. “Sim, certamente!”, e logo baixou a vasilha para que bebesse. Quando acabou de beber acrescentou: “Vou também tirar água para os teus camelos, tanta quanto precisarem.” Vazou o resto da água da bilha na pia da fonte, e correu de novo ao poço, começando a puxar a água para eles, até que ficassem saciados. O mordomo entretanto não disse mais nada; limitava-se a observá-la, por um lado admirado, por outro cuidadoso em verificar se ela ia até ao fim da sua ação, de forma a não ficar com dúvida sobre se era ou não a indicada pelo SENHOR. Por fim, quando os camelos acabaram de beber, ofereceu-lhe uns brincos de 6 gramas de ouro e duas pulseiras de 115 gramas de ouro. “De quem és tu filha?”, perguntou-lhe. “Haverá na casa do teu pai lugar para descansarmos?” “Meu pai é Betuel, filho de Milca e de Naor. Sim. Temos lugar para ficares, assim como palha e comida em abundância para os animais.” O homem ficou ali um momento de pé, com a cabeça inclinada, adorando o SENHOR. Depois disse em voz alta: “Eu te agradeço, SENHOR, Deus do meu patrão Abraão! Porque continuas a ser bondoso e fiel no cumprimento das tuas promessas para com ele! E a mim, conduziste-me precisamente à família dos parentes do meu patrão!” A rapariga correu a casa para contar tudo à mãe e à família. Quando o seu irmão Labão lhe viu os brincos e as pulseiras nas mãos, e ao ouvir o relato que ela fez do encontro que tinha tido, correu por sua vez à fonte onde o homem ainda estava junto aos camelos, e disse-lhe: “Vem, fica connosco, amigo; o SENHOR está certamente contigo. Porque havias de ficar aqui quando temos um quarto pronto para te receber e lugar para recolher os camelos?” Assim, foi para casa com Labão. Desataram os camelos, puseram palha para que se deitassem, e forneceram água para o homem e os camelos lavarem os pés. E depois prepararam-se para jantar. Mas o administrador de Abraão disse: “Eu não queria começar a comer sem vos dizer a razão por que vim até aqui.” “Pois sim”, respondeu-lhe Labão. “Diz o que tens a dizer.” “Eu sou o administrador da casa de Abraão”, explicou. “O SENHOR tem enriquecido o meu patrão com toda a espécie de coisas boas, de tal forma que se tornou um grande senhor na terra em que vive. Deus tem-lhe dado rebanhos de ovelhas, manadas de vacas, uma fortuna em prata e ouro, muita gente ao seu serviço, e ainda camelos e jumentos. Sara, a mulher do meu patrão, deu-lhe um filho, quando já estava numa idade avançada, e o moço agora vai herdar tudo quanto o pai tem. Ora o meu patrão fez-me prometer solenemente que não deixaria que Isaque casasse com uma cananita, com uma das raparigas da terra em que habitamos, mas que viria buscar aqui a esta terra distante, a terra dos seus parentes, à família do seu irmão, uma moça com quem seu filho casasse. ‘Mas supondo que não encontro uma rapariga que queira vir comigo?’, perguntei-lhe. ‘Há de querer com certeza! Porque o SENHOR, em cuja presença sempre tenho andado, enviará o seu anjo contigo para que sejas bem sucedido na tua missão. Sim, procura uma moça entre os meus parentes na família do meu irmão. Fizeste um juramento. Contudo, se eles não quiserem mandar alguém, então ficarás livre da promessa solene que fizeste.’ Pois bem. Esta tarde quando me aproximava da fonte à entrada da localidade, fiz esta oração: ‘Ó SENHOR, Deus do meu patrão Abraão, se tens a intenção de me fazer bem sucedido nesta missão, peço-te que me guies da seguinte maneira: Eu fico aqui junto da fonte, e direi a uma das raparigas que vier buscar água: “Dá-me a beber um pouco de água do teu cântaro.” Se ela responder: “Com certeza! E até poderei tirar também água para os teus camelos!”, então por essa resposta verei que é essa rapariga que tu escolheste para casar com o filho do meu patrão!’ Pois ainda estava eu a dizer a Deus estas palavras quando Rebeca se aproximou com o cântaro de água sobre o ombro. Desceu à fonte, tirou água, encheu a vasilha e eu disse-lhe: ‘Por favor, dá-me de beber!’ Imediatamente baixou o cântaro e eu bebi. Depois acrescentou: ‘Não só te dou a beber a ti como também poderei tirar água para os teus camelos!’ E assim fez. Nessa altura, perguntei-lhe: ‘Quem é a tua família?’ Respondeu: ‘Sou filha de Betuel, filho de Naor e de Milca.’ E dei-lhe os brincos e as pulseiras. Então inclinei a cabeça e adorei e louvei o SENHOR, o Deus do meu patrão Abraão, por me ter conduzido pelo caminho exato de forma a encontrar a sobrinha do meu patrão para vir a ser a esposa do seu filho. Sendo assim, digam-me se querem ou não fazer este bem ao meu patrão, o que é, aliás, uma coisa justa. Conforme a vossa resposta, saberei o que fazer a seguir, se devo ou não ir a outro sítio.” Então Labão e Betuel responderam: “Sem dúvida alguma que foi o SENHOR que te conduziu até aqui. Por isso, que queres tu que digamos mais? Pega na moça e parte! Que ela case com o filho do teu patrão, conforme o SENHOR planeou.” Perante esta resposta, o mordomo de Abraão caiu de joelhos perante o SENHOR. Depois foi buscar várias joias em prata e ouro, assim como belas e ricas peças de vestuário para dar a Rebeca. E também à mãe e ao irmão ofereceu valiosos presentes. Só então se sentaram para jantar e o mordomo de Abraão com aqueles que o acompanhavam passaram ali a noite. Logo pela manhã do dia seguinte, levantou-se e disse aos da casa: “Deixem-me regressar, para prestar contas ao meu patrão!” “Mas nós queríamos que a pequena ficasse aqui connosco ainda uns dias, pelo menos uns dez! Depois sim, partiria contigo!” Contudo, ele insistiu: “Não retenham o meu regresso! O SENHOR fez com que a minha missão fosse bem sucedida. Por isso, deixem-me ir dar já conta de tudo ao meu patrão.” “Bom, então chamemos a moça para saber o que ela pensa.” Chamaram Rebeca: “Queres partir agora com este homem?” “Sim, quero!” Fizeram a despedida de Rebeca e mandaram com ela a sua ama. E abençoaram-na desta forma: “Ó nossa irmã, que tu te tornes mãe de muitos milhões de pessoas! E que os teus descendentes sejam vitoriosos sobre os seus inimigos!” Por fim, Rebeca e as suas criadas subiram para os camelos e partiram. Entretanto, Isaque, que morava para os lados do sul, do Negueve, tinha regressado ao Poço de Laai-Roi. Tinha saído ao entardecer a dar uma volta no campo e orar e reparou nos camelos que se aproximavam. Por sua vez, Rebeca também viu Isaque que se aproximava e desmontou depressa do camelo em que vinha. “Quem é aquele homem que vem ali pelos campos em nossa direção?”, perguntou ao mordomo. “É o meu patrão.” Então cobriu o rosto com um véu. O mordomo contou a Isaque tudo o que acontecera. Isaque trouxe Rebeca para a tenda da sua mãe e ela tornou-se sua mulher. E amou-a muito. Ela foi para ele um conforto muito especial, após a morte de sua mãe, Sara.

GÉNESIS 24:1-67 a BÍBLIA para todos Edição Católica (BPT09DC)

Abraão era já de idade muito avançada e o SENHOR tinha-o abençoado de muitas maneiras. Um dia disse ao mais velho dos seus criados, que era quem olhava por tudo o que pertencia a Abraão: «Quero que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, para me fazeres um solene juramento, em nome do SENHOR, Deus do céu e da terra, prometendo-me que não deixarás que o meu filho case com uma mulher da terra de Canaã, onde me encontro agora a viver. Deves ir à minha terra procurar entre os meus parentes uma mulher para o meu filho Isaac.» O servo respondeu-lhe: «E se essa mulher não quiser vir comigo para esta terra, devo fazer com que o teu filho volte para a terra donde saíste?» Abraão replicou: «De maneira nenhuma deves fazer voltar o meu filho para essa terra! O SENHOR, Deus dos céus, fez-me sair da casa do meu pai e da terra dos meus parentes e prometeu-me sob juramento que havia de dar esta terra aos meus descendentes. Ele próprio há de enviar o seu mensageiro à tua frente e hás de trazer de lá uma mulher para o meu filho. Se essa mulher não quiser vir contigo, ficas livre do juramento que me fizeste. Mas não quero que leves para lá o meu filho.» O criado colocou a mão debaixo da coxa de Abraão e jurou que cumpriria aquelas recomendações. Levou consigo dez dos camelos do seu senhor e ricos presentes da parte de Abraão, e partiu para a Mesopotâmia, para a cidade onde vivia Naor. Chegou junto dessa cidade já ao entardecer, à hora em que as mulheres costumam ir buscar água, e fez descansar os camelos junto de um poço que ali havia. Depois fez a seguinte oração: «Ó SENHOR, tu que és o Deus do meu amo Abraão, peço-te que tudo me corra bem, hoje, e que te mostres generoso para com o meu senhor, Abraão. Vou ficar de pé junto do poço, enquanto as jovens desta cidade vêm buscar água. Vou pedir a uma delas que incline um pouco o seu cântaro para eu poder beber. Se ela me responder: “Bebe que eu vou dar de beber também aos teus camelos”, será essa que tu destinaste para o teu servo Isaac. E assim ficarei certo de que foste generoso para com o meu senhor.» Mal ele tinha acabado de pronunciar estas palavras, viu que Rebeca, filha de Betuel, vinha a sair da cidade com o seu cântaro ao ombro. Betuel era filho de Milca e de Naor, irmão de Abraão. Ela era realmente muito bonita e, além disso, era jovem e solteira. Rebeca desceu até ao poço, encheu o cântaro e voltou a subir. O criado de Abraão correu ao seu encontro e pediu-lhe: «Deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro, por favor.» Ela respondeu: «Beba, meu senhor.» E rapidamente desceu o cântaro do ombro e ela mesma o segurou nas mãos para lhe dar de beber. Depois de lhe ter dado de beber a ele, disse ainda: «Vou também dar de beber aos teus camelos quanto eles quiserem.» Imediatamente esvaziou o seu cântaro no bebedouro e várias vezes voltou ao poço buscar água para todos os seus camelos. Entretanto o criado de Abraão olhava para ela em silêncio, para ver se o SENHOR fazia com que a sua viagem tivesse o resultado desejado. Depois de os camelos terem bebido, ele ofereceu a Rebeca um brinco com seis gramas de peso e colocou nos pulsos duas pulseiras de ouro de mais de cem gramas. E perguntou-lhe: «Diz-me, por favor, quem é o teu pai. Será que ele tem em casa lugar que chegue para eu lá poder ficar com os que me acompanham?» Ela respondeu: «Sou filha de Betuel, filho de Milca e de Naor. E em nossa casa há espaço suficiente para vocês lá ficarem e também temos palha e comida bastante para os animais.» Então o criado de Abraão inclinou-se profundamente em adoração ao SENHOR e orou assim: «Bendito seja o SENHOR, Deus de Abraão, meu amo, pois não deixou de se mostrar bondoso e fiel para com Abraão e me conduziu pelo caminho certo até à casa dos seus parentes.» A jovem foi a correr a casa da sua mãe anunciar o que acabara de acontecer. Rebeca tinha um irmão chamado Labão. Este correu imediatamente para junto do poço, fora da cidade, ao encontro daquele homem. Mal viu o brinco e as pulseiras nos pulsos da irmã e ouviu da boca de Rebeca as coisas que aquele homem lhe tinha dito, foi logo ter com ele. O criado de Abraão estava ainda com os seus camelos junto do poço e Labão disse-lhe: «Vem para nossa casa. Tu és abençoado pelo SENHOR. Por que é que hás de ficar na rua? Já tenho tudo preparado em casa, bem como o lugar para os camelos.» Uma vez em sua casa, Labão mandou descarregar os camelos e deu-lhes palha e feno e trouxe água para que o visitante e os seus homens pudessem lavar os pés. Quando lhes serviram de comer o servo de Abraão disse: «Não posso comer enquanto não disser aquilo que trago para dizer.» Labão respondeu: «Podes falar.» E o outro continuou: «Eu sou criado de Abraão. O SENHOR cobriu-o de bênçãos e tornou-o rico: deu-lhe ovelhas e bois, camelos e burros, prata e ouro, escravos e escravas. A sua mulher, Sara, deu à luz um filho, já na velhice, e Abraão fez dele o herdeiro de tudo o que lhe pertence. O meu amo obrigou-me a jurar e disse-me: “Não deixes que o meu filho se case com uma mulher da terra de Canaã, onde me encontro agora a viver. Deves ir à casa dos meus pais escolher entre os meus parentes uma mulher para casar com o meu filho.” Eu respondi ao meu senhor: “Mas pode ser que essa mulher não queira vir comigo.” Ele replicou: “Eu sempre tenho cumprido a vontade do SENHOR e ele há de mandar um mensageiro seu à tua frente para fazer com que a tua viagem tenha êxito e possas trazer para o meu filho uma mulher minha parente, da família do meu pai. Só ficarás livre desta obrigação se chegares junto dos meus parentes e eles não quiserem dar-te uma mulher. Então é que ficarias livre desta obrigação.” Por isso, quando hoje cheguei junto do poço dirigi-me a Deus nestes termos: “Ó SENHOR, Deus do meu amo Abraão, se é da tua vontade que esta viagem que estou a fazer seja bem sucedida, concede-me o que te peço. Eu vou-me colocar junto do poço. Quando uma jovem vier buscar água e eu lhe disser: Deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro, e ela me responder: Bebe que eu vou também dar de beber aos teus camelos, faz com que seja essa a mulher que o SENHOR tem destinada para o filho do meu amo.” Mal eu tinha acabado de pronunciar estas palavras, no meu íntimo, apareceu Rebeca com o cântaro ao ombro. Desceu até ao poço, para tirar a água e eu disse-lhe: “Dá-me água, por favor.” Ela tirou imediatamente o cântaro do ombro e disse-me: “Bebe, que eu vou também dar de beber aos teus camelos.” Eu bebi e ela deu de beber também aos meus camelos. Então perguntei-lhe: “Quem é o teu pai?” E ela respondeu-me que era filha de Betuel, filho de Naor e de Milca. Foi então que eu lhe ofereci o brinco e lhe pus as pulseiras nas mãos. Inclinei-me profundamente em adoração ao SENHOR e agradeci ao SENHOR, Deus de Abraão, meu amo, por me ter conduzido pelo caminho certo, para vir buscar a filha de um parente do meu amo para mulher do seu filho. E agora digam-me se estão dispostos ou não a ser generosos e leais para com o meu amo, Abraão, de modo que eu saiba se tenho de procurar por outro lado.» Labão e Betuel responderam: «Tudo isto foi conduzido pelo SENHOR. Nem sequer temos de dizer se estamos de acordo ou não. Aí tens Rebeca diante de ti. Podes levá-la contigo, para casar com o filho do teu amo, tal como o SENHOR destinou.» Quando o criado de Abraão ouviu aquela resposta, inclinou-se profundamente em adoração ao SENHOR. E depois foi buscar objetos de prata e ouro e vestidos, ofereceu-os a Rebeca e deu também presentes ao irmão e à mãe. Em seguida, comeram e beberam, ele e os homens que o tinham acompanhado, e ali passaram a noite. No dia seguinte, o criado de Abraão disse: «Permitam-me que volte para o meu amo.» Mas o irmão e a mãe de Rebeca responderam: «Deixa que ela fique alguns dias connosco, uns dez dias; depois já podes ir.» Mas ele replicou: «Não atrasem o meu regresso, porque o SENHOR fez com que a minha viagem fosse bem sucedida. Deixem-me partir, que tenho de ir ter com o meu amo.» Eles responderam: «Vamos chamar a rapariga para sabermos qual é a vontade dela.» Chamaram então Rebeca e perguntaram-lhe se estava disposta a ir com aquele homem e ela respondeu: «Vou, sim!» A família despediu-se dela, da sua ama e do criado de Abraão, com os seus homens. Então saudaram Rebeca, desejando-lhe felicidades: «Tu és nossa irmã; oxalá possas dar vida a milhares de descendentes: e que eles possam conquistar as cidades dos seus inimigos.» Depois disso, Rebeca e as suas criadas montaram em camelos e prepararam-se para acompanhar o criado de Abraão. Este tomou Rebeca a seu cuidado e pôs-se a caminho. Entretanto Isaac tinha voltado de junto do poço de Lahai-Roi e estava a viver na região do Negueve. Um dia ao entardecer, quando tinha ido ao campo, olhou ao longe e viu camelos a chegar. Quando Rebeca viu Isaac desceu do camelo e perguntou ao servo de Abraão: «Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro?» Ele respondeu: «É o meu amo.» Então ela agarrou no véu e cobriu o rosto com ele. O criado contou a Isaac tudo o que tinha feito. Isaac instalou Rebeca na tenda da sua mãe, Sara. Depois casou com Rebeca e amou-a, e assim foi consolado da perda da sua mãe.

GÉNESIS 24:1-67 Almeida Revista e Corrigida (Portugal) (ARC)

E ERA Abraão já velho e adiantado em idade, e o Senhor havia abençoado a Abraão em tudo. E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, Para que eu te faça jurar, pelo Senhor, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para o meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito, Mas que irás à minha terra e à minha parentela, e daí tomarás mulher para meu filho Isaac. E disse-lhe o servo: Porventura não quererá seguir-me a mulher a esta terra. Farei, pois, tornar o teu filho à terra donde saíste? E Abraão lhe disse: Guarda-te, que não faças lá tornar o meu filho. O Senhor, Deus dos céus, que me tomou da casa do meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra: Ele enviará o seu anjo adiante da tua face, para que tomes mulher, de lá, para o meu filho. Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não faças lá tornar o meu filho. Então pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão, seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio. E o servo tomou dez camelos, dos camelos do seu senhor, e partiu, pois que toda a fazenda do seu senhor estava na sua mão, e levantou-se e partiu para Mesopotâmia, para a cidade de Nacor, E fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto a um poço de água, pela tarde, ao tempo que as moças saíam a tirar água. E disse: Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão! dá-me hoje bom encontro, e faze beneficência ao meu senhor Abraão! Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água; Seja, pois, que a donzela, a quem eu disser: Abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e, também, darei de beber aos teus camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo Isaac, e que eu conheça, nisso, que fizeste beneficência ao meu senhor. E sucedeu que, antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, que havia nascido a Betuel, filho de Milca, mulher de Nacor, irmão de Abraão, saía, com o seu cântaro sobre o seu ombro. E a donzela era mui formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; e desceu à fonte, e encheu o seu cântaro, e subiu. Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Ora deixa-me beber uma pouca de água do teu cântaro. E ela disse: Bebe, meu senhor. E apressou-se, e abaixou o seu cântaro sobre a sua mão, e deu-lhe de beber. E, acabando ela de lhe dar de beber, disse: Tirarei, também, água para os teus camelos, até que acabem de beber. E apressou-se, e vazou o seu cântaro na pia, e correu outra vez ao poço para tirar água, e tirou para todos os seus camelos. E o varão estava admirado de vê-la, calando-se, para saber se o Senhor havia prosperado a sua jornada, ou não. E aconteceu que, acabando os camelos de beber, tomou o varão um pendente de ouro, de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as suas mãos, do peso de dez siclos de ouro; E disse: De quem és filha? faze-mo saber, peço-te; há, também, em casa do teu pai, lugar para nós pousarmos? E ela disse: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Nacor. Disse-lhe mais: Também temos palha e muito pasto, e lugar para passar a noite. Então inclinou-se aquele varão, e adorou ao Senhor, E disse: Bendito seja o Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que não retirou a sua beneficência e a sua verdade do meu senhor: quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho à casa dos irmãos do meu senhor. E a donzela correu, e fez saber estas coisas na casa da sua mãe. E Rebeca tinha um irmão, cujo nome era Labão; e Labão correu ao encontro daquele varão à fonte. E aconteceu que, quando ele viu o pendente, e as pulseiras sobre as mãos da sua irmã, e quando ouviu as palavras da sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele varão; veio o varão, e eis que estava em pé junto aos camelos, à fonte. E disse: Entra, bendito do Senhor, por que estarás fora? pois eu já preparei a casa, e o lugar para os camelos. Então veio aquele varão à casa, e desataram os camelos, e deram palha e pasto aos camelos, e água para lavar os pés dele e os pés dos varões que estavam com ele. Depois, puseram de comer diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha dito as minhas palavras. E ele disse: Fala. Então disse: Eu sou servo de Abraão. E o Senhor abençoou muito o meu senhor, de maneira que foi engrandecido, e deu-lhe ovelhas e vacas, e prata e ouro, e servos e servas, e camelos e jumentos. E Sara, a mulher do meu senhor, gerou um filho ao meu senhor, depois da sua velhice, e ele deu-lhe tudo quanto tem. E o meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para o meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito: Irás, porém, à casa do meu pai, e à minha família, e tomarás mulher para o meu filho. Então disse eu ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher. E ele me disse: O Senhor, em cuja presença tenho andado, enviará o seu anjo contigo, e prosperará o teu caminho, para que tomes mulher para o meu filho, da minha família e da casa do meu pai: Então serás livre do meu juramento, quando fores à minha família; e se não derem, livre serás do meu juramento. E hoje cheguei à fonte, e disse: Ó Senhor, Deus do meu senhor Abraão! se tu, agora, prosperas o meu caminho, no qual eu ando, Eis que estou junto à fonte de água: seja, pois, que a donzela que sair para tirar água e à qual eu disser: Ora dá-me uma pouca de água do teu cântaro; E ela me disser: Bebe tu, também, e também tirarei água para os teus camelos; esta seja a mulher que o Senhor designou ao filho do meu senhor. E antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o seu ombro, e desceu à fonte, e tirou água; e eu lhe disse: Ora, dá-me de beber. E ela se apressou, e abaixou o seu cântaro de sobre si, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos: e bebi, e ela deu também de beber aos camelos. Então lhe perguntei, e disse: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Nacor, que lhe gerou Milca. Então eu pus o pendente no seu rosto, e as pulseiras sobre as suas mãos; E inclinando-me, adorei ao Senhor, e bendisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me havia encaminhado pelo caminho da verdade, para tomar a filha do irmão do meu senhor para seu filho. Agora, pois, se vós haveis de mostrar beneficência e verdade ao meu senhor, fazei-mo saber; e se não, também mo fazei saber, para que eu olhe à mão direita, ou à esquerda. Então responderam Labão e Betuel, e disseram: Do Senhor procedeu este negócio; não podemos falar-te mal ou bem. Eis que Rebeca está diante da tua face; toma-a, e vai-te; seja a mulher do filho do teu senhor, como tem dito o Senhor. E aconteceu que o servo de Abraão, ouvindo as suas palavras, inclinou-se à terra diante do Senhor. E tirou o servo vasos de prata e vasos de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas ao seu irmão e à sua mãe. Então comeram e beberam, ele e os varões que com ele estavam, e passaram a noite. E levantaram-se pela manhã, e disse: Deixai-me ir ao meu senhor. Então disseram seu irmão e sua mãe: Fique a donzela connosco alguns dias, ou pelo menos dez dias, e depois irá. Ele, porém, lhes disse: Não me detenhais, pois o Senhor tem prosperado o meu caminho; deixai-me partir, para que eu volte ao meu senhor. E disseram: Chamemos a donzela, e perguntemos-lho. E chamaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irás tu com este varão? Ela respondeu: Irei. Então despediram a Rebeca, sua irmã, e a sua ama, e ao servo de Abraão, e a seus varões. E abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: Ó nossa irmã, sejas tu em milhares de milhares, e que a tua semente possua a porta dos seus aborrecedores! E Rebeca se levantou com as suas moças, e subiram sobre os camelos, e seguiram o varão: e tomou aquele servo a Rebeca, e partiu. Ora Isaac vinha do caminho do poço de Laai-roi; porque habitava na terra do sul. E Isaac saíra a orar no campo, sobre a tarde: e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham. Rebeca, também, levantou os seus olhos, e viu a Isaac, e lançou-se do camelo. E disse ao servo: Quem é aquele varão que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então tomou ela o véu, e cobriu-se. E o servo contou a Isaac todas as coisas que fizera. E Isaac trouxe-a para a tenda da sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim Isaac foi consolado depois da morte da sua mãe.