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GÉNESIS 24:1-58

GÉNESIS 24:1-58 BPT09DC

Abraão era já de idade muito avançada e o SENHOR tinha-o abençoado de muitas maneiras. Um dia disse ao mais velho dos seus criados, que era quem olhava por tudo o que pertencia a Abraão: «Quero que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa, para me fazeres um solene juramento, em nome do SENHOR, Deus do céu e da terra, prometendo-me que não deixarás que o meu filho case com uma mulher da terra de Canaã, onde me encontro agora a viver. Deves ir à minha terra procurar entre os meus parentes uma mulher para o meu filho Isaac.» O servo respondeu-lhe: «E se essa mulher não quiser vir comigo para esta terra, devo fazer com que o teu filho volte para a terra donde saíste?» Abraão replicou: «De maneira nenhuma deves fazer voltar o meu filho para essa terra! O SENHOR, Deus dos céus, fez-me sair da casa do meu pai e da terra dos meus parentes e prometeu-me sob juramento que havia de dar esta terra aos meus descendentes. Ele próprio há de enviar o seu mensageiro à tua frente e hás de trazer de lá uma mulher para o meu filho. Se essa mulher não quiser vir contigo, ficas livre do juramento que me fizeste. Mas não quero que leves para lá o meu filho.» O criado colocou a mão debaixo da coxa de Abraão e jurou que cumpriria aquelas recomendações. Levou consigo dez dos camelos do seu senhor e ricos presentes da parte de Abraão, e partiu para a Mesopotâmia, para a cidade onde vivia Naor. Chegou junto dessa cidade já ao entardecer, à hora em que as mulheres costumam ir buscar água, e fez descansar os camelos junto de um poço que ali havia. Depois fez a seguinte oração: «Ó SENHOR, tu que és o Deus do meu amo Abraão, peço-te que tudo me corra bem, hoje, e que te mostres generoso para com o meu senhor, Abraão. Vou ficar de pé junto do poço, enquanto as jovens desta cidade vêm buscar água. Vou pedir a uma delas que incline um pouco o seu cântaro para eu poder beber. Se ela me responder: “Bebe que eu vou dar de beber também aos teus camelos”, será essa que tu destinaste para o teu servo Isaac. E assim ficarei certo de que foste generoso para com o meu senhor.» Mal ele tinha acabado de pronunciar estas palavras, viu que Rebeca, filha de Betuel, vinha a sair da cidade com o seu cântaro ao ombro. Betuel era filho de Milca e de Naor, irmão de Abraão. Ela era realmente muito bonita e, além disso, era jovem e solteira. Rebeca desceu até ao poço, encheu o cântaro e voltou a subir. O criado de Abraão correu ao seu encontro e pediu-lhe: «Deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro, por favor.» Ela respondeu: «Beba, meu senhor.» E rapidamente desceu o cântaro do ombro e ela mesma o segurou nas mãos para lhe dar de beber. Depois de lhe ter dado de beber a ele, disse ainda: «Vou também dar de beber aos teus camelos quanto eles quiserem.» Imediatamente esvaziou o seu cântaro no bebedouro e várias vezes voltou ao poço buscar água para todos os seus camelos. Entretanto o criado de Abraão olhava para ela em silêncio, para ver se o SENHOR fazia com que a sua viagem tivesse o resultado desejado. Depois de os camelos terem bebido, ele ofereceu a Rebeca um brinco com seis gramas de peso e colocou nos pulsos duas pulseiras de ouro de mais de cem gramas. E perguntou-lhe: «Diz-me, por favor, quem é o teu pai. Será que ele tem em casa lugar que chegue para eu lá poder ficar com os que me acompanham?» Ela respondeu: «Sou filha de Betuel, filho de Milca e de Naor. E em nossa casa há espaço suficiente para vocês lá ficarem e também temos palha e comida bastante para os animais.» Então o criado de Abraão inclinou-se profundamente em adoração ao SENHOR e orou assim: «Bendito seja o SENHOR, Deus de Abraão, meu amo, pois não deixou de se mostrar bondoso e fiel para com Abraão e me conduziu pelo caminho certo até à casa dos seus parentes.» A jovem foi a correr a casa da sua mãe anunciar o que acabara de acontecer. Rebeca tinha um irmão chamado Labão. Este correu imediatamente para junto do poço, fora da cidade, ao encontro daquele homem. Mal viu o brinco e as pulseiras nos pulsos da irmã e ouviu da boca de Rebeca as coisas que aquele homem lhe tinha dito, foi logo ter com ele. O criado de Abraão estava ainda com os seus camelos junto do poço e Labão disse-lhe: «Vem para nossa casa. Tu és abençoado pelo SENHOR. Por que é que hás de ficar na rua? Já tenho tudo preparado em casa, bem como o lugar para os camelos.» Uma vez em sua casa, Labão mandou descarregar os camelos e deu-lhes palha e feno e trouxe água para que o visitante e os seus homens pudessem lavar os pés. Quando lhes serviram de comer o servo de Abraão disse: «Não posso comer enquanto não disser aquilo que trago para dizer.» Labão respondeu: «Podes falar.» E o outro continuou: «Eu sou criado de Abraão. O SENHOR cobriu-o de bênçãos e tornou-o rico: deu-lhe ovelhas e bois, camelos e burros, prata e ouro, escravos e escravas. A sua mulher, Sara, deu à luz um filho, já na velhice, e Abraão fez dele o herdeiro de tudo o que lhe pertence. O meu amo obrigou-me a jurar e disse-me: “Não deixes que o meu filho se case com uma mulher da terra de Canaã, onde me encontro agora a viver. Deves ir à casa dos meus pais escolher entre os meus parentes uma mulher para casar com o meu filho.” Eu respondi ao meu senhor: “Mas pode ser que essa mulher não queira vir comigo.” Ele replicou: “Eu sempre tenho cumprido a vontade do SENHOR e ele há de mandar um mensageiro seu à tua frente para fazer com que a tua viagem tenha êxito e possas trazer para o meu filho uma mulher minha parente, da família do meu pai. Só ficarás livre desta obrigação se chegares junto dos meus parentes e eles não quiserem dar-te uma mulher. Então é que ficarias livre desta obrigação.” Por isso, quando hoje cheguei junto do poço dirigi-me a Deus nestes termos: “Ó SENHOR, Deus do meu amo Abraão, se é da tua vontade que esta viagem que estou a fazer seja bem sucedida, concede-me o que te peço. Eu vou-me colocar junto do poço. Quando uma jovem vier buscar água e eu lhe disser: Deixa-me beber um pouco de água do teu cântaro, e ela me responder: Bebe que eu vou também dar de beber aos teus camelos, faz com que seja essa a mulher que o SENHOR tem destinada para o filho do meu amo.” Mal eu tinha acabado de pronunciar estas palavras, no meu íntimo, apareceu Rebeca com o cântaro ao ombro. Desceu até ao poço, para tirar a água e eu disse-lhe: “Dá-me água, por favor.” Ela tirou imediatamente o cântaro do ombro e disse-me: “Bebe, que eu vou também dar de beber aos teus camelos.” Eu bebi e ela deu de beber também aos meus camelos. Então perguntei-lhe: “Quem é o teu pai?” E ela respondeu-me que era filha de Betuel, filho de Naor e de Milca. Foi então que eu lhe ofereci o brinco e lhe pus as pulseiras nas mãos. Inclinei-me profundamente em adoração ao SENHOR e agradeci ao SENHOR, Deus de Abraão, meu amo, por me ter conduzido pelo caminho certo, para vir buscar a filha de um parente do meu amo para mulher do seu filho. E agora digam-me se estão dispostos ou não a ser generosos e leais para com o meu amo, Abraão, de modo que eu saiba se tenho de procurar por outro lado.» Labão e Betuel responderam: «Tudo isto foi conduzido pelo SENHOR. Nem sequer temos de dizer se estamos de acordo ou não. Aí tens Rebeca diante de ti. Podes levá-la contigo, para casar com o filho do teu amo, tal como o SENHOR destinou.» Quando o criado de Abraão ouviu aquela resposta, inclinou-se profundamente em adoração ao SENHOR. E depois foi buscar objetos de prata e ouro e vestidos, ofereceu-os a Rebeca e deu também presentes ao irmão e à mãe. Em seguida, comeram e beberam, ele e os homens que o tinham acompanhado, e ali passaram a noite. No dia seguinte, o criado de Abraão disse: «Permitam-me que volte para o meu amo.» Mas o irmão e a mãe de Rebeca responderam: «Deixa que ela fique alguns dias connosco, uns dez dias; depois já podes ir.» Mas ele replicou: «Não atrasem o meu regresso, porque o SENHOR fez com que a minha viagem fosse bem sucedida. Deixem-me partir, que tenho de ir ter com o meu amo.» Eles responderam: «Vamos chamar a rapariga para sabermos qual é a vontade dela.» Chamaram então Rebeca e perguntaram-lhe se estava disposta a ir com aquele homem e ela respondeu: «Vou, sim!»

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